
O ex-procurador-geral
da República Rodrigo Janot disse nesta quinta-feira (26) que entrou uma
vez no Supremo Tribunal Federal armado com uma pistola com a intenção de matar
o ministro Gilmar Mendes, por causa de insinuações que ele fizera sobre sua
filha em 2017.
O
ex-procurador narra o episódio no livro de memórias que está lançando neste
mês, sem nomear Mendes, mas confirmou sua identidade ao ser questionado pela
reportagem em entrevista nesta quinta-feira. "Tenho uma dificuldade enorme
de pronunciar o nome desta pessoa", disse.
Em
maio de 2017, como procurador-geral, Janot pediu a suspeição Gilmar Mendes em
casos do empresário Eike Batista, que se tornara alvo da Lava Jato e era
defendido pelo escritório de advocacia do qual a mulher do ministro, Guiomar
Feitosa Mendes, é sócia. O ministro do STF reagiu na época levantando suspeitas
sobre a atuação da filha do procurador, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, que
é advogada e representara a empreiteira OAS no Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica).
O
ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), chamou nesta
sexta-feira (27) o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de
"potencial facínora" e defendeu mudanças no sistema de escolha de
ocupantes do cargo.
Ele
atribuiu ao ex-procurador-geral um "grave problema psiquiátrico" e
sustentou que isso atinge todas as medidas que apresentou e foram deferidas pela
corte.
Gilmar
comentou revelação feita por Janot à Folha de S.Paulo e outros veículos de
imprensa na véspera. Ele contou que, numa ocasião, foi armado ao Supremo com a
intenção de matar Gilmar e, em seguida, suicidar-se.
Em
tom irônico, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse
esperar que a Polícia Federal retire o porte de armas do
ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
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