
O
advogado criminalista André Callegari, coordenador da defesa do líder do
governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), classificou a operação
policial realizada nesta quinta-feira, 19, nos gabinetes do senador, como uma
retaliação pela atuação do parlamentar contra abusos de órgãos de investigação.
“Primeiro,
teve uma declaração dele sobre o Moro ser esquecido. Mas, enfim, é uma
retaliação no contexto político de tudo que está acontecendo”, disse Callegari.
A frase a que o advogado fez referência foi dita por Bezerra Coelho ao Estado
no início do mês.
Como
exemplos, o advogado disse que “senador tem defendido a não abertura da CPI da
Lava Toga, tem na realidade se colocado contrário a algumas posições que ferem
direitos e garantias fundamentais, tem sido incisivo em alguns pontos relativos
a investigações sem uma prova robusta, a interferência entre Receita, Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras), etc. Eu acho que isso
desagrada a determinados setores”.
O
defensor, em seguida, disse que não enxerga uma retaliação direcionada por uma
autoridade. “Não estou dizendo pessoa específica. O que me chama atenção é uma
medida desse porte, que não guarda relação. Nem a resposta do ministro Luís
Roberto Barroso me convence”, disse.
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, em nota à
imprensa, disse que a decisão autorizadora da operação policial é “técnica e
republicana, baseada em relevante quantidade de indícios da prática de
delitos”.
Barroso
defendeu as competências da Polícia Federal para investigar fatos criminosos e
do Supremo para a supervisão de inquéritos. “Não constituem quebra ao princípio
da separação de Poderes, mas puro cumprimento da Constituição”, afirmou.
A
reportagem procurou o ministro Sergio Moro, por meio da assessoria de imprensa,
mas ainda não obteve uma resposta. Com informações do jornal O Estado de
S.Paulo.
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