
O
ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta
quinta-feira (29) liminar na ação em que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), preso e condenado na Lava Jato, pede que a Corte reconheça
a suposta suspeição dos procuradores da operação e a anulação de processos
contra o petista.
A
ação contesta decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
que não reconheceu a suspeição de Deltan Dallagnol, Roberson Henrique Pozzobon,
Laura Tessler e outros dez procuradores que integram a força-tarefa em
Curitiba. A defesa afirmou ao STF que o tema tem relação com o processo no qual
Lula alega que o ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, seria parcial -
também tramitando no Supremo.
Na
decisão, Fachin lembra que a Segunda Turma negou recentemente conceder liminar
no processo relativo a Moro. Fachin também negou um pedido da defesa de Lula de
produção de provas. O petista havia pedido que o ministro Alexandre de Moraes
fosse consultado sobre a possibilidade de compartilhamento das supostas
mensagens trocadas entre os procuradores e outras autoridades, que digam
respeito a Lula.
O
conteúdo de mensagens trocadas entre agentes públicos foi apreendido durante a
Operação Spoofing, que resultou na prisão de quatro suspeitos de hackear
telefones de autoridades, entre elas o presidente Jair Bolsonaro e o ministro
da Justiça. A investigação tramita na 10ª Vara Federal do Distrito Federal.
Por
sua vez, o material foi anexado em inquérito sigiloso que tramita no Supremo
sob relatoria de Moraes, que apura 'fake news' contra o STF e ministros da
Corte. Na decisão assinada nesta quarta-feira, Fachin afirma que os elementos a
que Lula gostaria de ter acesso não estão submetidos a sua relatoria.
"Ademais, a jurisprudência desta Suprema Corte é firme no sentido de que o
habeas corpus não comporta produção probatória" disse o ministro.
Fachin
ainda pediu informações ao STJ, já que o mérito da ação apresentada pelo
petista ainda será decidido futuramente. Na liminar, a defesa do ex-presidente
pedia que Lula fosse posto em liberdade imediata e que processos contra ele
fossem suspensos, até que a Corte avalie a suposta suspeição dos procuradores
da Lava Jato.
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