
O
presidente Jair Bolsonaro destacou nesta terça-feira (19) que a diplomacia
é seu canal prioritário para a Venezuela. No entanto, nos bastidores, uma nova
opção surgiu no horizonte do governo Brasileiro: dar “apoio logístico” aos
Estados Unidos caso Donald Trump decida invadir o país vizinho.
“Uma
coisa é participar de uma intervenção militar como invasor. Outra coisa é
participar do apoio logístico”, disse um representante da área militar do
governo, como se ser cúmplice de uma intervenção em outro País fosse menos
culposo. A autoridade, que falou ao bog da Jornalista Natuza Nery sob condição
de anonimato, exemplificou o que seria esse “apoio logístico”.
“Houve
duas fases na Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, o Brasil deu apoio
logístico, permitindo apenas que os aliados, principalmente os Estados Unidos,
instalassem bases aéreas e usassem portos brasileiros. Posteriormente, [o
Brasil] enviou tropas para a Itália e participou ativamente da guerra.”
Em
outras palavras, as Forças Armadas brasileiras não entrariam na Venezuela, mas
dariam todo o suporte para que o Exército americano entrasse.
Não
está claro se a discussão sobre um possível auxílio nesses moldes chegou a ser
levantada no encontro entre Bolsonaro e Trump na Casa Branca. O interlocutor do
presidente diz que não há nada decidido. Mas a reação de Bolsonaro durante
entrevista na Casa Branca acabou levantando dúvidas sobre se a via diplomática
é a única opção em estudo no Palácio do Planalto.
Durante
entrevista a jornalistas dos dois países, enquanto Donald Trump reiterava que
“todas as opções” de sanções à Venezuela estão à mesa, Jair Bolsonaro evitou
dar uma resposta direta, conclusiva, o que gerou questionamentos sobre se, de
fato, o Brasil estaria tão fora assim de um apoio mais explícito aos Estados
Unidos como se imaginava até aqui.
A
hipótese de “apoio logístico”, embora não dê ao Brasil o rótulo de interventor,
na visão do auxiliar militar do governo, contrasta com declarações públicas
proferidas, por exemplo, pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Dias atrás,
em 25 de fevereiro, ele chegou a afirmar, em entrevista à GloboNews, que não se
considerava, em “hipótese alguma”, facilitar o acesso militar dos EUA pela
fronteira brasileira.
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