quarta-feira, 27 de março de 2019

Ernesto Araújo diz que não houve golpe em 1964 e que movimento dos militares foi 'necessário'


            O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quarta-feira (27) que não considera que tenha havido um "golpe" no país em 1964. Segundo ele, o que houve na ocasião foi um "movimento necessário" para que o país não se tornasse uma "ditadura".

O golpe militar que depôs o então presidente João Goulart ocorreu em 31 de março de 1964. Após o ato, iniciou-se uma ditadura que durou 21 anos. No período, não houve eleição direta para presidente. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa.

A declaração de Araújo foi dada em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. A pergunta fazia referência à orientação, dada pelo presidente Jair Bolsonaro, para que quartéis celebrassem o 31 de março, em referência ao dia do golpe militar.

Após a resposta de Ernesto Araújo, deputados voltaram a questionar a fala do ministro: "Não considera um golpe?", "Não teve ditadura no Brasil?", entre outras perguntas.

Segundo a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime militar ou desapareceram durante o período – somente 33 corpos foram localizados.

Diante disso, a comissão entregou em 2014 à então presidente Dilma Rousseff um documento no qual responsabilizou 377 pessoas pelas mortes e pelos desaparecimentos durante a ditadura.

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