O
presidente eleito Jair Bolsonaro defendeu, nesta segunda-feira (5), que alunos
filmem seus professores, como havia aconselhado uma deputada de seu partido, o
PSL, para combater o que consideram "doutrinação" escolar. Bolsonaro
também defendeu o projeto de lei apelidado de "Escola Sem Partido",
que tramita no Congresso, e prevê limitar a atuação dos professores em
sala.
Suas
declarações vêm depois que, na última terça-feira, o Ministério Público abriu
uma investigação sobre a deputada eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL) por
incitar os estudantes do Facebook a filmar e denunciar professores
"irritados" com o resultado das eleições, que procuram
"doutrinar" seus alunos.
O
MP considera que Campagnolo cometeu "assédio moral" com seu apelo,
que ameaça "a liberdade e a pluralidade da educação".
Já
em Pernambuco, o Ministério Público Federal (MPF-PE) e o Ministério
Público de Pernambuco (MPPE) expediram, em conjunto, recomendações à Secretaria
Estadual de Educação, à Secretaria de Educação do Recife e à Universidade de
Pernambuco para que não haja qualquer atuação ou sanção arbitrária,
bem como que sejam impedidas formas de assédio moral a professores, por
parte de estudantes, familiares ou responsáveis.
A
iniciativa é fruto da notícia de página no Facebook intitulada "Movimento
Pelas Crianças", que estimula estudantes recifenses a filmarem supostos
casos de "doutrinação" por professores do Estado. O documento enviado
às Secretarias de Educação foi assinado pela procuradora da República
Carolina de Gusmão Furtado, que atua como procuradora Regional dos Direitos
do Cidadão, e pela promotora de Justiça do MPPE Eleonora Marise Rodrigues,
que atua na Educação.
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