segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Bolsonaro defende filmar professores e MPPE e MPF recomendam contra assédio moral a professores


          O presidente eleito Jair Bolsonaro defendeu, nesta segunda-feira (5), que alunos filmem seus professores, como havia aconselhado uma deputada de seu partido, o PSL, para combater o que consideram "doutrinação" escolar. Bolsonaro também defendeu o projeto de lei apelidado de "Escola Sem Partido", que tramita no Congresso, e prevê limitar a atuação dos professores em sala. 

Suas declarações vêm depois que, na última terça-feira, o Ministério Público abriu uma investigação sobre a deputada eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL) por incitar os estudantes do Facebook a filmar e denunciar professores "irritados" com o resultado das eleições, que procuram "doutrinar" seus alunos. 

O MP considera que Campagnolo cometeu "assédio moral" com seu apelo, que ameaça "a liberdade e a pluralidade da educação". 

Já em Pernambuco, o Ministério Público Federal (MPF-PE) e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) expediram, em conjunto, recomendações à Secretaria Estadual de Educação, à Secretaria de Educação do Recife e à Universidade de Pernambuco para que não haja qualquer atuação ou sanção arbitrária, bem como que sejam impedidas formas de assédio moral a professores, por parte de estudantes, familiares ou responsáveis.

A iniciativa é fruto da notícia de página no Facebook intitulada "Movimento Pelas Crianças", que estimula estudantes recifenses a filmarem supostos casos de "doutrinação" por professores do Estado. O documento enviado às Secretarias de Educação foi assinado pela procuradora da República Carolina de Gusmão Furtado, que atua como procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, e pela promotora de Justiça do MPPE Eleonora Marise Rodrigues, que atua na Educação.


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