O
governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do
diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada há instantes
pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um
dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto. Isso equivale, segundo o
presidente, a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins. Os representantes
dos caminhoneiros autônomos não aceitaram o congelamento do diesel por
apenas 30 dias, como havia sido inicialmente proposto.
O
governo federal concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos
eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor
mínimo para o frete rodoviário. Essas determinações deverão constar em medidas
provisórias a serem publicadas em edição extra no Diário Oficial da União.
A expectativa do Palácio do Planalto é que a paralisação, que já dura sete dias
e causa enormes prejuízos e transtornos em todo o país, termine logo.
“Os
efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a
importância da missão nobre de cada trabalhador no setor de cargas. Durante
toda esta semana, o governo sempre esteve aberto ao diálogo e assinamos acordo
logo no início. Confirmo a validade de tudo que foi acertado”, afirmou o
presidente.
Temer
disse que, nas últimas 48 horas, o governo avançou na negociação dessas novas
medidas. “Assumimos sacrifícios sem prejudicar a Petrobras.”
Ele destacou que o congelamento valerá por 60 dias e, a partir
daí, só haverá reajustes mensais. “Cada caminhoneiro poderá planejar seus
custos. Atendemos todas as reivindicações”, ressaltou o presidente.
A
equipe econômica foi chamada ao Palácio do Planalto para calcular o impacto das
novas vantagens concedidas ao setor. Durante todo o dia, custos, cortes e
compensações foram avaliados. Além de restrições orçamentárias, empecilhos
legais tiveram de ser examinados.
Na
primeira rodada de negociações com os caminhoneiros, quando se acordou que
a Petrobras baixaria em 10% o preço do diesel nas refinarias durante 30
dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de 15 dias na paralisação, o
Ministério da Fazenda estimou em R$ 5 bilhões o valor das compensações do Tesouro
Nacional à estatal.
Agora,
com a validade do congelamento do preço nos postos – e não na refinaria
– pelo dobro do tempo, as despesas serão proporcionalmente elevadas.
Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, as reivindicações
custarão R$ 10 bilhões ao Tesouro.
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