segunda-feira, 21 de maio de 2018

Médicos denunciam caos no Hospital Agamenon Magalhães em Recife


           O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) divulgou nas redes sociais da entidade um vídeo em que denuncia a situação de caos e de superlotação do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. A unidade é uma das maiores da rede pública de saúde no estado. As imagens foram captadas durante a realização de uma blitz no setor de emergência feita por representantes do Simepe e do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

De acordo com os responsáveis pela vistoria, a unidade vive um cenário de guerra, com superlotação, pacientes acomodados nos corredores, deitados no chão, expostos ao sol e a goteiras e até ocupando áreas de banheiro. Durante a blitz, também foi constatada a falta de materiais básicos para o atendimento correto dos doentes e a escala inadequada de profissionais de saúde diante da demanda excessiva da unidade.

 “É um cenário de horror. Uma superlotação que já é sabida e extrapola a dignidade humana. O local propicia até a propagação de doenças”, relata o médico Tadeu Calheiros, que acompanhou a visita. Ele chama a atenção para o fato de um prédio anexo ao hospital, construído justamente para aumentar a capacidade de atendimentos e de leitos da unidade e para ampliar a emergência, estar ocioso há anos. Outro ponto criticado pelas entidades é com relação à própria estrutura do sistema, que não oferece leitos de retaguarda, que poderiam desafogar as grandes emergências, nem centrais de controle de tratamento, cuja função seria a de acompanhar e encaminhar pacientes sem a real necessidade de internamento para tratamentos ambulatoriais.

No começo da semana, o Simepe já havia feito uma denúncia sobre as condições de trabalho dos médicos no Agamenon Magalhães. Na oportunidade, um médico relatou que precisou fazer um atendimento de urgência em um paciente no chão da área vermelha da unidade.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Walber Stefano, tanto a emergência do hospital quanto a ala cardiológica estavam operando com uma lotação muito acima da capacidade da unidade. Enquanto a primeira tem 25 leitos e estava com 95 pessoas em atendimento, a segunda, que dispõe de 31 vagas, abrigava 86 pacientes.

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