O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) divulgou
nas redes sociais da entidade um vídeo em que denuncia a situação de caos e de
superlotação do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no bairro de Casa Amarela,
Zona Norte do Recife. A unidade é uma das maiores da rede pública de saúde no
estado. As imagens foram captadas durante a realização de uma blitz no setor de
emergência feita por representantes do Simepe e do Conselho Regional de
Medicina de Pernambuco (Cremepe).
De
acordo com os responsáveis pela vistoria, a unidade vive um cenário de guerra,
com superlotação, pacientes acomodados nos corredores, deitados no chão,
expostos ao sol e a goteiras e até ocupando áreas de banheiro. Durante a blitz,
também foi constatada a falta de materiais básicos para o atendimento correto
dos doentes e a escala inadequada de profissionais de saúde diante da demanda
excessiva da unidade.
“É um cenário de horror. Uma superlotação que
já é sabida e extrapola a dignidade humana. O local propicia até a propagação
de doenças”, relata o médico Tadeu Calheiros, que acompanhou a visita. Ele
chama a atenção para o fato de um prédio anexo ao hospital, construído
justamente para aumentar a capacidade de atendimentos e de leitos da unidade e
para ampliar a emergência, estar ocioso há anos. Outro ponto criticado pelas
entidades é com relação à própria estrutura do sistema, que não oferece leitos
de retaguarda, que poderiam desafogar as grandes emergências, nem centrais de
controle de tratamento, cuja função seria a de acompanhar e encaminhar
pacientes sem a real necessidade de internamento para tratamentos
ambulatoriais.
No
começo da semana, o Simepe já havia feito uma denúncia sobre as condições de
trabalho dos médicos no Agamenon Magalhães. Na oportunidade, um médico relatou
que precisou fazer um atendimento de urgência em um paciente no chão da área
vermelha da unidade.
De
acordo com o diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Walber
Stefano, tanto a emergência do hospital quanto a ala cardiológica estavam
operando com uma lotação muito acima da capacidade da unidade. Enquanto a
primeira tem 25 leitos e estava com 95 pessoas em atendimento, a segunda, que
dispõe de 31 vagas, abrigava 86 pacientes.
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