Governadores
de estados do Nordeste e de Minas Gerais assinaram, nesta sexta-feira (18), uma
carta em que se posicionam contra a privatização
da Eletrobras e suas subsidiárias. Os gestores estaduais
se reuniram no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano,
na área central do Recife.
"Toda
a região do Nordeste está unida, o estado de
Minas Gerais está solidário a nós contra a privatização
do sistema Eletrobras, da Chesf, que, no nosso entender, na verdade, caso
ocorra, é a privatização
do Rio São Francisco, da vazão da água. Isso vai afetar milhares de famílias nordestinas que têm hoje, com a conclusão do canal de transposição
do Rio São Francisco, um ativo importante para o abastecimento de água e ao mesmo tempo para a produção dos projetos irrigados. E tudo isso é motivo de preocupação",
disse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
Além do anfitrião, estiveram
presentes os governadores da Paraíba (Ricardo Coutinho
- PSB), Rio Grande do Norte (Robinson Faria - PSD), Ceará (Camilo Santana - PT), Piauí (Wellington Dias - PT), Bahia (Rui Costa - PT) e Minas
Gerais (Fernando Pimentel - PT).
O
governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), esteve no início da manhã e foi embora antes
do término da reunião. Faltaram ao
encontro os governadores de Sergipe (Belivaldo Chagas - PSD) e do Maranhão (Flávio Dino - PCdoB).
"Essa
não é a agenda que o Brasil votou
em 2014. Essa pauta foi derrotada. Está em cima da mesa
porque passaram a governar sem terem sido eleitos e ninguém pode afetar tão profundamente a
vida coletiva da sociedade sem passar por uma eleição", acrescentou o governador da Paraiba, Ricardo
Coutinho, sobre a política de privatização.
A
comissão especial mista que analisou a Medida Provisória 814/17, que trata da privatização da Eletrobras e suas distribuidoras, como a Chesf, e de
outras mudanças no setor, aprovou
no dia 9 de maio o relatório do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), por 17 votos a 7.
O
texto ainda precisa ser aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado. Depois disso, vai para sanção do presidente Michel Temer. A validade da MP encerra no
dia 1° de junho.
A
carta aborda as preocupações dos gestores com a privatização da Chesf, que usa a água do Rio São Francisco para gerar energia elétrica. "Se a água pertece ao povo,
usada por agricultores e em atrações
turísticas, como privatizá-la? Não podemos privatizar um setor tão estratégico como esse", disse
o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria.
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