terça-feira, 14 de novembro de 2017

Arcoverde: Clima quente entre governo e oposição na Câmara de vereadores

          Com 50% de sua composição feminina, duas vereadoras, uma representando a oposição e outra o governo, esquentaram a sessão ordinária da Câmara de Vereadores na noite desta segunda-feira (13), no Fórum local, aonde provisoriamente está funcionando a casa legislativa. O debate ficou a cargo das vereadoras Zirleide Monteiro (PTB) e Célia Almeida (PSB).

Em seu discurso, a vereadora Zirleide lamentou que devido ao não recolhimento das contribuições previdenciárias dos servidores no período devido, Arcoverde teve descontado de seu FPM (Fundo de Participação dos Municípios) mais de meio milhão de reais (R$ 503 mil).

“Isso são recursos que a prefeitura deveria ter recolhido e não o fez e, agora, a Receita tá indo direto no caixa, mais precisamente, no FPM, e pegando o que lhe pertence.  E isso não são dívidas antigas”, o que foi retrucado pela vereadora Célia Almeida. Segundo a parlamentar governista, eram débitos passados e que a prefeita já teria negociado. No bate rebate, a vereadora oposicionista disse que o desconto refere-se a dívida do atual governo, deste ano, que a prefeitura não recolheu e o INSS veio atrás.

“A cada quatro meses de não recolhimento da previdência, o INSS determina a Receita Federal o desconto na cota do FPM dos municípios devedores e foi isso que aconteceu aqui”, disse Zirleide. No debate, as vereadoras aprofundaram o tema previdência e a vereadora Célia saiu em defesa do governo dizendo que mensalmente a prefeitura coloca R$ 500 mil no Fundo de Previdência.

Em alguns momentos do debate, a vereadora Célia disse que gostaria que a vereadora Zirleide fosse prefeita para sentir o sofrimento de gerir uma prefeitura em crise e lembrou que o governo reduziu em 15% o salário da prefeita e do vice e 10% dos demais comissionados. Já a oposicionista não concordou com os chamados cortes promovidos pela prefeita nos salários dos comissionados a título de economia, já que em 2013 ela dobrou o número de cargos (de 80 para 160) e aumentou os salários em até 100%.

Apesar dos argumentos, a vereadora Zirleide Monteiro disse lamentar que a prefeitura tivesse perdido tanto dinheiro e que sua grande preocupação é com os servidores, efetivos e contratados, que poderão ser os grandes prejudicados, principalmente as vésperas de fim de ano. "É triste ver isso, principalmente porque coloca em risco exatamente a tranquilidade e a segurança de quem mais precisa: o servidor público, seja ele efetivo, aposentado, pensionista ou contratado, inclusive os comissionados, que esperam receber seus salários e o 13º ainda este ano", finalizou Zirleide.