Um
grupo de provocadores atacou no início da madrugada o acampamento dos sem-terra
em Curitiba. Uma chuva de morteiros atingiu barracas e feriu pelo menos um
acampado da Ocupação Dom Tomaz Balduino, que sofreu queimaduras no braço, nas
costas e ferimentos no ouvido. A vítima foi levada para o hospital
Universitário pela direção do MST à meia noite e vinte minutos.
A
ação covarde contrasta com o clima pacífico que vinha marcando até agora a
mobilização em torno do depoimento do ex-presidente Lula. Como de hábito, os
autores do ataque se escondem no anonimato. Chama a atenção que a polícia, tão
mobilizada para intimidar trabalhadores, trabalhadoras e jovens que vieram se
protestar, não se fez presente quando se tratou de proteger manifestantes
indefesos.
O
objetivo deste abominável ato é evidente. Criar um clima de tensão e confronto
para o dia de amanhã, quarta, quando Lula estará frente a frente com o juiz
Moro. Os manifestantes em defesa do ex-presidente já deixaram claro que suas
intenções são pacíficas. Mas tudo tem um limite. Não imaginem os provocadores
que ficarão sem resposta caso insistam em apelar para ataques tão covardes.
Que
o fato lembre à polícia que o risco de confrontos parte, isto sim, de uma
minoria inconformada com a democracia e a livre manifestação do povo.