O
drama do abastecimento de água na cidade de Arcoverde deve perdurar até o final
do ano, ou começo de 2018, quando a Adutora do Moxotó estiver pronta e já
operando. Foi o que revelou o diretor da Compesa, Augusto César de Andrade Lima,
que esteve na noite desta segunda-feira (8) na Câmara de Vereadores para
explicar a situação do abastecimento da cidade através da Adutora do Jatobá.
A
convocação foi feita pela presidente da Casa James Pacheco, vereadora Célia
Almeida Galindo (PSB), e endossada pelos demais vereadores, na sessão passada. A parlamentar
socialista foi quem abriu a bateria de questionamentos sobre a água da Capital
do Sertão, perguntando porque Sertânia com várias barragens abastecidas com as
águas da Transposição do São Francisco ainda precisa utilizar as águas do
Jatobá, que deveriam estar vindo toda para Arcoverde. Ela lembrou que tem
localidades, como na Cohab I, aonde há ruas que estão sem água nas torneiras há
mais de 60 dias. Célia também trouxe uma denúncia de que, enquanto Arcoverde
sofre com o racionamento, em Cruzeiro do Nordeste (Sertânia), a água é liberada
todo dia.

O
gerente da Compesa também foi questionado pelos vereadores Heriberto do
Sacolão, Everaldo Lira, Siqueirinha, Luiza Margarida, Cleriane e Cybele Roa. Ele
esclareceu que um dos poços da região do Frutuoso, em Ibimirim, está com apenas
50% de sua capacidade, mas, apesar disso, o abastecimento de Arcoverde estaria
equilibrado, apenas com alguns pontos críticos.
Augusto
Cesar foi questionado porque não se trazia os carros pipa de Sertânia que foram
desativados para Arcoverde. Ele afirmou que pelo menos dois veículos que estavam na vizinha cidade vão se
integrar a frota de 12 pipas que a Compesa controla em Arcoverde para atender a
população e as 42 caixas d’água espalhadas pela cidade. Cesar também denunciou que somente este ano, três
caixas de água foram roubadas em três áreas distintas de Arcoverde.
Sobre
o Riacho do Pau, o gerente da Compesa disse que a companhia não tinha como
fazer a limpeza ou aumentar sua capacidade devido aos altos custos e revelou
que ainda no ano passado uma licitação orçada em R$ 200 mil para limpeza da
barragem se perdeu porque as empresas vencedoras desistiram da obra.

A
presidente da Casa James Pacheco, Célia Almeida, encerrou a sessão cobrando da
Compesa que visse com atenção a situação das pessoas que estão sendo cortadas
da tarifa social, principalmente devido as condições financeiras precárias
dessas famílias em pagar suas contas, mesmo que sejam de apenas R$ 8 mensais. O
gerente disse que a taxa é mínima e que as pessoas não deveriam deixar de pagar
para não perderem esse direito. Ele também disse que vai se reunir com líderes
comunitários para pedir o apoio no combate ao desperdício de água na cidade e
controle das caixas d’água nos bairros.
Ao
final da sessão ficou claro que até dezembro Arcoverde terá que conviver com o
atual calendário de racionamento até a conclusão e funcionamento da Adutora do
Moxotó; a cidade terá agora 14 carros pipa para atender a população, sendo que
um é exclusivo para o presídio; o sistema Jatobá continuará a ser monitorado
devido a diminuição da vazão dos poços e algumas melhorias no São Cristóvão serão
feitas na rede de distribuição para levar água para localidades que hoje não
chegam.