quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Novo Procurador Geral defende auxilio moradia de R$ 4 mil para membros do MP

Foto: Roberto pereira/SEI
            Contrariando a solicitação da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) que na quarta-feira (4), encaminhou um ofício ao chefe do Executivo estadual solicitando que fosse respeitada a escolha do mais votado pelos integrantes da instituição para assumir a função de Procurador Geral do Estado, o governador Paulo Câmara escolheu o segundo mais votado. 

O ofício foi assinado pela presidente do Conamp, Norma Angélica Reis Cardoso Cavalcanti. Na eleição, o promotor José Paulo Cavalcanti Xavier Filho teve 209 votos, seguido por Dirceu Barros, com 192, e Charles Hamilton dos Santos Lima, com 188.

A reivindicação foi endossada pela Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE). O próprio Dirceu Barros chegou a defender, em e-mail encaminhado durante a eleição para procurador-geral em 2013, que o critério do mais votado fosse obedecido pelo então governador Eduardo Campos.

A escolha não poderia ter sido mais intrigante e polêmica, já que o novo procurador escolhido pelo governo, o promotor Francisco Dirceu Barros, é protagonista de uma polêmica gravação que circulou, recentemente, nas redes sociais, na qual defendia alternativas para manter privilégios diante da possível perda do auxílio-moradia por parte dos membros do MP.

Sobre a polêmica do áudio, Dirceu considera que foi mal interpretado e que suas declarações foram distorcidas. Na gravação, o promotor se mostra preocupado com a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) cortar o auxílio-moradia de R$ 4.377 líquidos. Ontem, ele reiterou sua defesa pelo recebimento do benefício.

A repercussão da escolha foi grande e negativa nas mídias sociais, entre promotores e advogados. Existe a leitura de que a decisão foi tomada após pressão política sobre o governador. Ontem, Dirceu foi recebido por Paulo Câmara, que não comentou sobre os critérios usados para sua opção.