A
Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (5), uma operação para
investigar denúncias de comércio ilegal de medicamentos. O principal alvo da
ação é o município de Camaragibe, no Grande Recife. Há suspeita de fraudes em
licitações públicas para compra e venda de produtos para a prefeitura. O
montante envolvido chegaria a R$ 100 milhões e teria relação com o atual
mandato do Executivo, iniciado em 2013.
A
apuração da Operação Operação Black List (lista negra) foi autorizada pelo
Tribunal Regional Federal da 5ª região. Os imóveis do prefeito da cidade, Jorge
Alexandre Soares da Silva, da irmã dele, Josilene Soares da Silva, e do
secretário de Finanças Emanuel Rei Martins de França estão na lista de 21
mandados de busca e apreensão. As investigações tiveram início no ano passado.
Do total de mandados de busca e apreensão previstos, 15 foram cumpridos no
Recife, cinco em Camaragibe e um na cidade de Carpina, na Mata Norte do estado.
A operação contou com a participação de cerca de 130 policiais.
A
ação foi acompanhada por 40 agentes da Agência Pernambucana de Vigilância
Sanitária (Apevisa). O órgão vai fazer o rastreamento dos produtos para saber
com os fabricantes onde as medicações foram compradas e para quem seriam
vendidas.
Na
manhã desta terça, os agentes chegaram à residência do prefeito, na Rua Miguel
Couto, em Aldeia, Camaragibe. Os agentes também fazem buscas em casas de sócios
de quatro empresas relacionadas ao comércio de medicamentos, no município e no
Recife.
A Polícia Federal chegou a solicitar ao TRF 5 mandados de prisão. Mas as capturas foram negadas. Por isso, a operação se restringiu ao processo de coleta de documentos, remédios e dinheiro. Todo o material será levado para a sede da Apevisa.
O
prefeito prestou depoimento em casa. O secretário de finanças chegou à sede da
PF, no Centro do Recife, para falar com os delegados que comandam a operação,
por volta da das 11h20. Até as 11h desta terça, oito das 21 equipes já tinham
voltado para a PF com malotes.
O
Tribunal Regional Federal da 5ª região informou, por meio de nota, que, por
determinação do desembargador Rubens Canuto, os autos correm em segredo de
justiça. Portanto, não pode ser prestada nenhuma informação sobre o processo,
sob pena de violação ao sigilo funcional.
O
secretário de Finanças de Camaragibe, Emmanuel Rei Martins dos Santos, disse
desconhecer os motivos da intimação feita pela PF. Alegou não ser o responsável
pelas licitações. "Estou esperando ser ouvido. Eu só faço efetuar o
pagamento. Portanto, faço a nota fiscal. O pagamento é feito naturalmente,
normal", afirmou, antes de prestar o depoimento. G1