O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, pediu nesta quarta-feira (4) ao Supremo Tribunal
Federal (STF) abertura de um novo inquérito para investigar o senador Aécio
Neves (PSDB-MG). No mesmo pedido, o procurador cita o deputado federal Carlos
Sampaio (PSDB-SP) e o ex-deputado e atual prefeito do Rio de Janeiro Eduardo
Paes (PMDB). O pedido será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator dos
processos da Operação Lava Jato.
A investigação está
baseada em um dos depoimentos de delação premiada do senador Delcídio do Amaral
(sem partido-MS). Segundo o parlamentar, em 2005, durante os trabalhos da
Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) dos Correios, criada para
investigar denúncias do mensalão, Aécio Neves, então governador de Minas
Gerais, “enviou emissários" para barrar quebras de sigilo de pessoas e
empresas investigadas, entre elas o Banco Rural.
Um dos emissários era
Eduardo Paes, então secretário-geral do PSDB, informou o senador. Conforme
relato de Delcídio, o relatório final da CPMI foi aprovado com "dados
maquiados" e que Paes e o deputado Carlos Sampaio também tinha
conhecimento dos fatos.
"Outros
parlamentares também sabiam que esses dados estavam maquiados, podendo citar os
deputados Carlos Sampaio e Eduardo Paes, já mencionado, dentre outros que não
se recorda. Esses fatos ocorreram em 2005/2006. Esse tema foi tratado com Aécio
Neves em Belo Horizonte, no palácio do governo”, acrescentou trecho da delação
do senador.
Em outro pedido de
abertura de inquérito nesta semana contra Aécio Neves, Janot cita supostos
crimes cometidos pelo senador em Furnas, empresa subsidiária da Eletrobrás. O
pedido também cita declarações de Delcídio do Amaral. Aécio recebia “pagamentos
ilícitos”, pagos, segundo ele, pelo ex-diretor de Furnas Dimas Toledo.
“O depoente disse que
não sabia precisar, mas sabe que Dimas operacionalizava pagamento.