Incomodada
com as especulações sobre troca de comando na Fazenda, a equipe econômica da
presidente Dilma vai lançar nessa segunda-feira (21) um pacote de medidas com o
qual espera jogar R$ 15 bilhões na economia no segundo semestre e indicar que
as contas públicas vão voltar ao azul nos próximos anos.
Além
da aprovação dessas medidas, a equipe econômica acredita que haverá espaço para
queda da taxa de juros também no segundo semestre, contribuindo para estimular
a economia.
Na
avaliação da equipe de Nelson Barbosa (Fazenda), não há espaço para “mágicas”,
como defendem os petistas, e o caminho para a retomada do crescimento ainda no
final deste ano depende da aprovação das medidas que serão enviadas ao
Congresso Nacional na segunda.
A
equipe econômica espera convencer a oposição a ajudar na aprovação dos projetos
com o argumento de que, apesar da crise política, algo é preciso ser feito
imediatamente para tirar o país da recessão –economistas preveem queda de 3,5%
do PIB.
Segundo
um assessor da área econômica, “depois do impeachment, quem sobreviver à atual
crise não vai querer tocar um país na depressão e, com certeza, prefere
encontrar uma economia no caminho da recuperação”.
A
equipe econômica recebeu de Dilma o recado de que a entrada do ex-presidente
Lula no governo não vai levar a uma guinada na política econômica –o nome do
ex-presidente do BC Henrique Meirelles chegou a ser especulado para a Fazenda,
mas o Planalto descarta essa mudança no curto prazo.
Dilma,
porém, pediu pressa em medidas para sinalizar uma retomada do crescimento para
ajudá-la na disputa contra o impeachment.
Barbosa
explicou à presidente e a Lula que já tomou várias medidas na área de liberação
de crédito, mas, para aumentar os investimentos do governo, precisa aprovar a
mudança na meta fiscal, permitindo fechar o ano com deficit superior a R$ 60
bilhões.
Com
isso, o governo poderá gastar R$ 9 bilhões para retomar obras do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento) paralisadas por causa da falta de dinheiro.
Ele
disse ainda que pelo menos mais R$ 6 bilhões poderão ser injetados na economia
pelos Estados depois que for aprovado no Congresso o projeto que fixa as regras
da renegociação das dívidas estaduais, que também será divulgado nesta segunda.
Para
compensar os novos gastos, que vão aumentar ainda mais o deficit público neste
ano, o governo vai anunciar também o projeto que cria um teto para os gastos
federais e vários mecanismos de corte automático de despesas caso ele corra
risco de ser estourado.
