Perto
de deixarem seus pontos e partirem rumo ao novo Parque das Feiras Lídio Cordeiro
Maciel, os feirantes do bairro do São Cristóvão vivem entre a expectativa dos negócios e a
frustração da mudança. A expectativa é quanto a melhoria dos negócios e a possível perda
de clientes, conforme relatou vendedores de verduras, carnes e outros produtos. Já para os moradores da região fica a alegria de não ter mais a feira na sua porta, assim como a sujeira deixada por ela.
A frustração
vem quanto a seleção dos boxes que serão ocupados no novo espaço. Segundo alguns
feirantes, o tal sorteio vem se tornando um verdadeiro mistério. Um peixeiro
que há mais de 30 anos trabalha na feira do São Cristóvão disse que teve
dificuldades para garantir seu boxe. O mais interessante, disse ele, é que em
toda a feira existem 9 peixeiros, mas quando foram para o sorteio já haviam
outros 11 contemplados com espaços. De onde eles vieram? Ele disse que ninguém
sabe, sabe apenas que um peixeiro que há 2 anos trabalha na feira do São
Cristóvão ficou de fora do novo parque das feiras, enquanto outros que nunca venderam uma piaba estariam com espaço garantido.
No
setor de verduras, foi possível encontrar uma senhora que comercializa há 10
anos, paga todo domingo uma taxa de R$ 12 e ficou de fora do grande Parque da
Feiras. Ela não entrou no cadastrado feito pela prefeitura de Arcoverde e considerou
o fato uma injustiça, "pois nada justifica gente que nunca colocou banca na
feira já ter seu espaço garantido e ela estar sendo discriminada". Vale salientar
que lá também existem aqueles pequenos vendedores em cima de caixotes ou lonas
no chão que não entraram no cadastro. Esses estão condenados a não terem acesso
ao parque das feiras para ganharem o pão de cada dia.
Paralelo
a saída da feira das principais ruas do São Cristóvão, prédios até então
desocupados e sem utilização já estão sendo alugados para abrigar futuros
sacolões de frutas e verduras nas mesmas ruas que estarão livres das bancas da
feira. Para os feirantes, esses novos sacolões que estão prontos para entrarem
em atividades pretendem ocupar o espaço que será deixado com a saída deles. Eles
temem perder seus clientes para esses novos estabelecimentos.
A mudança
da feira do São Cristóvão estava prevista para o dia 1º de março, mas novamente
foi adiado pela prefeitura. Construído com recursos do FEM, depois que a
prefeitura perdeu os R$ 2 milhões do Governo Federal de uma emenda do Senador
Armando Monteiro para a mesma obra, o Parque das Feiras fica no antigo terreno
da Cagepe, por trás do Hospital Memorial Arcoverde e da Policlínica Dr. José
Cavalcanti Alves.