segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Cunha manobra e adia definição de nomes da comissão do impeachment

       O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu adiar para terça-feira (8) a definição dos nomes que irão compor a comissão especial para decidir a abertura ou prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A medida foi tomada em razão da decisão de partidos de oposição e de dissidentes de lançar uma chapa avulsa para a composição do colegiado parlamentar. A estratégia é contrapor a indicações de líderes partidários consideradas governistas em partidos com bancadas rachadas, como o PMDB e o PSD.

O argumento de integrantes da oposição é de que, com uma chapa concorrente, não haveria tempo nesta segunda-feira (7) para preparar as cédulas e promover uma eleição. Na tentativa de esvaziar a chapa dos líderes, partidos de oposição, como o Solidariedade, retiraram nomes indicados anteriormente.

O regimento interno da Câmara dos Deputados determina que a comissão especial para analisar a abertura ou arquivamento do pedido de impeachment deve ser eleita em plenário.

A sessão plenária para composição da comissão especial deve ser realizada às 14h, mesmo horário em que o Conselho de Ética pretende discutir a admissibilidade do pedido de cassação do mandato do presidente da Casa Legislativa, o que pode inviabilizar a votação do processo. 

“Isso é uma confusão e é inaceitável. Essa comissão especial começará contaminada. Isso arrebenta qualquer possibilidade de relação aqui dentro”, criticou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC).

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), também criticou a decisão e classificou a iniciativa de lançar uma chapa avulsa como “coisa de perdedor”.