O
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu adiar para
terça-feira (8) a definição dos nomes que irão compor a comissão especial para
decidir a abertura ou prosseguimento do processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff.
A
medida foi tomada em razão da decisão de partidos de oposição e de dissidentes
de lançar uma chapa avulsa para a composição do colegiado parlamentar. A
estratégia é contrapor a indicações de líderes partidários consideradas
governistas em partidos com bancadas rachadas, como o PMDB e o PSD.
O
argumento de integrantes da oposição é de que, com uma chapa concorrente, não
haveria tempo nesta segunda-feira (7) para preparar as cédulas e promover uma
eleição. Na tentativa de esvaziar a chapa dos líderes, partidos de oposição,
como o Solidariedade, retiraram nomes indicados anteriormente.
O
regimento interno da Câmara dos Deputados determina que a comissão especial
para analisar a abertura ou arquivamento do pedido de impeachment deve ser
eleita em plenário.
A
sessão plenária para composição da comissão especial deve ser realizada às 14h,
mesmo horário em que o Conselho de Ética pretende discutir a admissibilidade do
pedido de cassação do mandato do presidente da Casa Legislativa, o que pode
inviabilizar a votação do processo.
“Isso é uma confusão e é inaceitável. Essa
comissão especial começará contaminada. Isso arrebenta qualquer possibilidade
de relação aqui dentro”, criticou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá
Machado (AC).
O
líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), também
criticou a decisão e classificou a iniciativa de lançar uma chapa avulsa como
“coisa de perdedor”.