quarta-feira, 15 de junho de 2022

Operação investiga fraudes em competições esportivas e oficinas que desviaram mais de R$ 21 milhões

                    Uma quadrilha especializada em fraudes na realização de competições e oficinas esportivas custeados com verba federal é alvo de uma operação policial chamada Medalha de Lata, nesta terça (14). Ao todo, 24 mandados de busca e apreensão foram expedidos para seis cidades do Grande Recife e cumpridos ao longo do dia

A investigação aponta que mais de R$ 21 milhões foram desviados do antigo Ministério do Esporte, que atualmente integra o Ministério da Cidadania. Ainda segundo os investigadores, a quadrilha teria praticado fraudes por meio de superfaturamento de itens adquiridos em licitações. Além disso, serviços contratados não teriam sido executados.

Durante a investigação, que começou em 2019, foi descoberto que as licitações eram direcionadas de forma ilegal para empresas específicas. Também é investigado o uso de empresas de fachada para praticar desvios de dinheiro.

Um grupo de empresários se revezava na execução das atividades custeadas com verba federal, de acordo com Henrique Callou, delegado da Polícia Federal (PF) que coordena essa operação.

"Aconteciam vários torneios, gincanas, corridas, competições, que envolviam, muitas vezes, jogos interescolares, uma gincana de férias onde tinham vários eventos ocorrendo. Essas empresas, para fazerem esses eventos, teriam que ser muito grandes, então elas subcontratavam esses serviços e pagavam um valor muito abaixo. Supervalorizavam e ficavam com muito mais dinheiro pelo valor pago", disse o delegado.

A operação é realizada pela Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF). As buscas ocorrem, em sua maioria, em empresas de fachada e endereços residenciais.

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal nos seguintes municípios: Camaragibe, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Recife e São Lourenço da Mata.

"Entre as pessoas jurídicas, muitas são empresas que não existem, de fachada, fantasmas. Era um grupo de empresários que controlavam essas empresas e faziam previamente um acordo para saber ou para definir quem iria ganhar a licitação. Como ocorria, nós não sabemos. Nossos mandatos de busca e apreensão são justamente para delimitar a individualização da pena, para saber o que cada um fez", declarou o delegado.

Henrique Callou contou que a investigação continua para esclarecer como a quadrilha atuava nas fraudes.

"Tudo indica que o início surgia com a verba vinda do Ministério dos Esportes, atual Ministério da Cidadania, e iriam para as prefeituras. Depois disso, a gente não sabe se esse empresário ia para a prefeitura ou se a prefeitura procurava, ou se eles entravam sem acordo com a prefeitura. Até agora, não temos nenhum servidor público envolvido, só empresários", afirmou.

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