A
investigação aponta que mais de R$ 21 milhões foram desviados do antigo
Ministério do Esporte, que atualmente integra o Ministério da Cidadania. Ainda
segundo os investigadores, a quadrilha teria praticado fraudes por meio de
superfaturamento de itens adquiridos em licitações. Além disso, serviços
contratados não teriam sido executados.
Durante
a investigação, que começou em 2019, foi descoberto que as licitações eram
direcionadas de forma ilegal para empresas específicas. Também é
investigado o uso de empresas de fachada para praticar desvios de dinheiro.
Um
grupo de empresários se revezava na execução das atividades custeadas com verba
federal, de acordo com Henrique Callou, delegado da Polícia Federal (PF)
que coordena essa operação.
"Aconteciam
vários torneios, gincanas, corridas, competições, que envolviam, muitas vezes,
jogos interescolares, uma gincana de férias onde tinham vários eventos
ocorrendo. Essas empresas, para fazerem esses eventos, teriam que ser muito
grandes, então elas subcontratavam esses serviços e pagavam um valor muito
abaixo. Supervalorizavam e ficavam com muito mais dinheiro pelo valor
pago", disse o delegado.
A
operação é realizada pela Polícia Federal, em conjunto com a
Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF).
As buscas ocorrem, em sua maioria, em empresas de fachada e endereços
residenciais.
Os
mandados foram expedidos pela Justiça Federal nos seguintes municípios:
Camaragibe, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Recife e São Lourenço da
Mata.
"Entre
as pessoas jurídicas, muitas são empresas que não existem, de fachada,
fantasmas. Era um grupo de empresários que controlavam essas empresas e faziam
previamente um acordo para saber ou para definir quem iria ganhar a licitação.
Como ocorria, nós não sabemos. Nossos mandatos de busca e apreensão são
justamente para delimitar a individualização da pena, para saber o que cada um
fez", declarou o delegado.
Henrique
Callou contou que a investigação continua para esclarecer como a quadrilha
atuava nas fraudes.
"Tudo
indica que o início surgia com a verba vinda do Ministério dos Esportes, atual
Ministério da Cidadania, e iriam para as prefeituras. Depois disso, a gente não
sabe se esse empresário ia para a prefeitura ou se a prefeitura procurava, ou
se eles entravam sem acordo com a prefeitura. Até agora, não temos nenhum
servidor público envolvido, só empresários", afirmou.
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