terça-feira, 11 de janeiro de 2022

PT de Arcoverde critica instalação de Escola Cívico-Militar no município

                          A direção do Partido dos Trabalhadores de Arcoverde lançou uma nota criticando a instalação de uma escola cívico-militar no município, seguindo a pregação do Governo Bolsonaro que pretende levar implantar pelo menos 216 unidades de ensino deste tipo até 2023. Na nota, o PT afirma categoricamente que “não acredita, e rejeita a instalação do Programa de Escolas Militares do governo Bolsonaro em Arcoverde e luta pela afirmação da escola pública de qualidade social para todos os brasileiros e brasileiras”.

Na nota, os petistas locais afirmam que a criação da escola cívico-militar é um “desrespeito aos preceitos constitucionais da educação, à Lei de Diretrizes e Bases da Educação e ao Plano Nacional de Educação”. Segundo a legenda, a proposta pretende criar escolas elitizadas, em claro confronto com a Constituição que prevê a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola e a garantia de padrão de qualidade para todos os alunos.

Em outro ponto, o PT de Arcoverde diz que a instalação da escola no município “retira a autonomia e a importância dos profissionais da educação, que passam por um longo processo de formação na sua trajetória profissional, além de tentar intimidar e impedir a organização dos trabalhadores em educação” ao submeter a unidade a disciplina militar.

Ao criticar o modelo de escola anunciado pela prefeitura de Arcoverde, o PT também tece fortes críticas as medidas disciplinares que pretende se impor, referindo a “imposição de padrões morais e estéticos, como uniformização no modo de vestir, de pentear o cabelo, de não usar adereços. Chega-se a fazer revistas em crianças e adolescentes, sem qualquer respeito à conduta protetiva prevista na Constituição e no ECA”, afirma.

Confira a Nota na Íntegra: 

NOTA SOBRE A INSTALAÇÃO DA ESCOLA CÍVICO- MILITAR EM ARCOVERDE 

O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Defesa pretende implantar 216 Escolas Cívico- Militares em todo o país, até 2023, sendo 54 por ano. Trata-se de desrespeito aos preceitos constitucionais da educação, à Lei de Diretrizes e Bases da Educação e ao Plano Nacional de Educação.

O modelo a ser implementado, segundo o MEC, tem o objetivo de melhorar o processo de ensino-aprendizagem e se baseia no suposto alto nível educativo dos colégios militares do Exército, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros Militares. A proposta pretende criar escolas elitizadas, em claro confronto com a Constituição que prevê a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola e a garantia de padrão de qualidade para todos/as. O argumento usado de que o principal problema da educação é a indisciplina e a violência, esconde o saudosismo da ditadura militar e é a consolidação das políticas públicas pautadas por um estado policial. Esta é a visão das elites, desde tempos remotos, de que os problemas sociais são problemas de polícia e neste sentido, para as classes populares, a presença militar dentro das escolas se reverterá em disciplina e ordem.

As principais medidas disciplinares referem-se à imposição de padrões morais e estéticos, como uniformização no modo de vestir, de pentear o cabelo, de não usar adereços. Chega-se a fazer revistas em crianças e adolescentes, sem qualquer respeito à conduta protetiva prevista na Constituição e no ECA.

Por outro lado, ao colocar militares para administrar e coordenar atividades pedagógicas nas escolas públicas, o programa retira a autonomia e a importância dos profissionais da educação, que passam por um longo processo de formação na sua trajetória profissional, além de tentar intimidar e impedir a organização dos trabalhadores em educação. Caracteriza-se, ainda, como um desvio dos recursos da educação para o Ministério da Defesa mediante o pagamento de gratificação aos militares de reserva, além dos proventos da aposentadoria, em contraponto à desvalorização salarial dos professores.

Neste sentido, as escolas militarizadas são violações às políticas de valorização, de organização e de reconhecimento da identidade profissional dos educadores das escolas públicas previstas na Constituição Federal. 

O Programa das Escolas Militarizadas ao pretender implantar modelos de gestão  padronizados e propostas pedagógicas uniformes, compromete a gestão democrática do ensino público e se constitui em diversas violações constitucionais dos princípios da educação como a o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (inciso III do art. 206) e a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (inciso II do art. 206).

Neste sentido, o Partido dos Trabalhadores/as em Arcoverde - PE, não acredita, e rejeita a instalação do Programa de Escolas Militares do governo Bolsonaro em Arcoverde e luta pela afirmação da escola pública de qualidade social para todos os brasileiros e brasileiras.

Janeiro/2021

PT Arcoverde

 

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