O
movimento é feito em paralelo ao de outros partidos que se classificam como de
centro, que resolveram colocar já, a pouco mais de um ano das eleições de 2022,
o nome de seus pré-candidatos na rua como forma de testar qual deles poderia
representar uma "terceira via" viável.
Nos
bastidores, o MDB articula lançar o nome de Tebet perto do fim da CPI da Covid,
onde a senadora tem tido atuação cada vez mais forte. A ideia é não misturar a
participação dela na comissão com a possibilidade de ela entrar na disputa
presidencial.
Embora
não referendado oficialmente pela executiva partidária, a decisão de lançar
Tebet tem consenso entre variados grupos do MDB.
Oficialmente,
o presidente do partido, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), diz que a
parlamentar é um dos nomes favoritos para representar o projeto político que a
sigla quer lançar, embora evite cravar o anúncio do nome dela.
Segundo
Baleia, o MDB apresentará no final de agosto um documento elaborado pela
Fundação Ulysses Guimarães junto a outros especialistas com propostas para 2022
e que se intitulará "Ponto de Equilíbrio". "O nome que vamos
apresentar vai defender esse projeto de país e um dos nomes favoritos para
defende-lo é o da Simone [Tebet]", afirma Baleia.
À
Folha Tebet também disse que a decisão sobre lançar candidatura próprio será
tomada em meados de agosto. Apesar da cautela, o martelo sobre o nome da
senadora já foi batido.
O
MDB faz parte de um grupo de nove partidos que formaram um grupo no WhatsApp
para debater a conjuntura eleitoral e buscar uma opção que fuja à polarização
Lula-Bolsonaro. São parte do conjunto de legendas: MDB, DEM, Solidariedade, PV,
Podemos, PSL, Cidadania, PSDB e Novo.
Dirigentes
de algumas dessas siglas propõem que no ano que vem todos se unam em torno do
nome que se mostrar mais competitivo antes da disputa no primeiro turno.
O
objetivo é propagar desde logo as possibilidades que poderiam se contrapor a
Lula e a Bolsonaro já que pesquisas sugerem que a população tem rejeitado o
termo centro e que será um desafio romper a polarização entre o petista e o
presidente.
Pesquisa
Datafolha deste mês mostra, por exemplo, que o único dos nomes aventados por
partidos que aparecem com intenções de voto na pesquisa espontânea é o de Ciro
Gomes (PDT-CE). A partir de agora, de acordo com Baleia, as reuniões entre os
presidentes dessas siglas devem se tornar mais frequentes.
Em
paralelo ao nome de Tebet, o PSL, partido que abrigou Bolsonaro no pleito de
2018, filiou José Luiz Datena e o lançou como pré-candidato. A aposta da
legenda é na capilaridade do apresentador.
Levantamentos
feitos por institutos de pesquisa a pedido do PSL mostram que Datena aparece
bem posicionado tanto no primeiro turno como num eventual segundo turno contra
Bolsonaro.
O
DEM, também amparado em pesquisas próprias, anunciará oficialmente o
ex-ministro Luiz Henrique Mandetta como pré-candidato, como mostrou o Painel,
da Folha. A ideia é confirmar a pré-candidatura até setembro. A cúpula da
legenda avalia que ele tem o perfil desejado pela população como presidente.
Entre os outros partidos que compõem o grupo dos nove no WhatsApp, o PSDB realizará prévias para decidir se lançará o governador João Doria (PSDB-SP) ou o governador Eduardo Leite (PSDB-RS).
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