"Acredito
que algumas vacinas terão a necessidade de uma terceira dose. No dia de hoje,
ainda é difícil dizer qual", disse ele, destacando ser uma avaliação
pessoal. "É estudado no mundo inteiro. O mundo inteiro está debruçado
nisso, e o objetivo é obter a imunização segura e mais duradoura", acrescentou.
A
Anvisa é responsável pela autorização do uso e aprovação das bulas de vacinas
no Brasil As bulas contêm as informações sobre o regime de doses. Por enquanto,
nenhum imunizante tem esquema com três aplicações. Barra Torres ressaltou que
todas as vacinas aprovadas pela Anvisa são eficazes e que a população pode
confiar em qualquer uma que estiver disponível no posto de saúde. "A
melhor é aquela que está no seu braço", afirmou.
Até
o momento, receberam aval definitivo ou emergencial as vacinas
AstraZeneca/Oxford, Pfizer, CoronaVac e Janssen. As três primeiras são com duas
doses e a quarta, com dose única. Também com duas aplicações, os imunizantes
Sputnik e Covaxin receberam autorização de importação, mas com limitações.
Na
semana passada, a farmacêutica Pfizer anunciou que está desenvolvendo uma
terceira dose da vacina contra a Covid-19. O governo do Chile também informou
recentemente que estuda a possibilidade de distribuir uma dose de reforço. O
país registrava alta de casos mesmo tendo vacinado 61% do público-alvo com duas
doses. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também levantou a hipótese
de uma terceira aplicação.
O
diretor-presidente da Anvisa analisou ainda a possibilidade de combinar vacinas
de laboratórios diferentes para o combate à Covid-19. "A atividade
reguladora não é a locomotiva desse processo. Ela é vagão. Vamos a reboque do
desenvolvedor ou do pesquisador que nos apresentar suas conclusões, para que
possamos avaliar e referendar. Estamos falando de uma interação de imunobiológicos
de origens e plataformas diferentes. Vem muito da comunidade científica. No
momento, estamos acompanhando algumas situações que podem no futuro ter um
posicionamento nosso", disse Torres.
Ele lembrou que decisões nesse sentido têm sido tomadas por determinados países em alguns casos. No Brasil, a situação tem ocorrido com as gestantes. A vacina AstraZeneca chegou a ser aplicada em algumas delas e depois foi suspensa pelo Ministério da Saúde devido a um caso suspeito de reação adversa. Aquelas grávidas que tomaram o imunizante, posteriormente, foram autorizadas pela pasta a receber a segunda dose da Pfizer.
Torres afirmou que as medidas para evitar a doença já são conhecidas: máscara, distanciamento social, higiene das mãos e vacina. "Não é pelo fato de tomar as duas doses de vacina que vai poder deixar de usar máscara imediatamente", acrescentou.
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