O
projeto institui o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e
auxiliares de enfermagem e parteiras. O projeto, apresentado pelo senador
Fabiano Contarato (Rede-ES) fixa o piso em R$ 7.315 para enfermeiros. As demais
categorias terão o piso proporcional a esse valor: 70% (R$ 5.120) para os
técnicos de enfermagem e 50% (R$3.657) para os auxiliares de enfermagem e as
parteiras.
O
relatório de Zenaide Maia contém algumas mudanças em relação ao texto original.
Uma delas é a previsão de que a jornada normal de trabalho desses profissionais
não será superior a 30 horas semanais. O texto original determinava que o
valor do piso seria aumentado proporcionalmente para cargas horárias maiores. A
compensação de horários e a redução da jornada podem ocorrer por acordo ou
convenção coletiva.
Também
foi alterada a data de vigência da lei. O texto original previa a entrada em
vigor 180 dias (seis meses) após a data da publicação. O substitutivo determina
que a lei entrará em vigor no primeiro dia do exercício financeiro (ano)
seguinte ao de sua publicação.
Na última reunião de líderes, no dia 23, senadores defenderam a inclusão do projeto na pauta do Plenário. Depois, ao longo da última semana, vários parlamentares fizeram declarações de apoio ao texto nas redes sociais e durante as sessões remotas de votação.
Fabiano
Contarato, autor do projeto, disse que pretende seguir com a mobilização para
aprovar o texto e dar dignidade salarial para os profissionais que arriscam
suas vidas para salvas as dos brasileiros nesta pandemia. Na última
quarta-feira (28), ele elogiou o texto apresentado pela relatora e pediu que o
projeto seja incluído na pauta.
—
Esses profissionais não querem ser chamados de heróis, esses profissionais
querem dignidade salarial. Eles estão dormindo nos corredores dos hospitais.
Eles não têm alojamento, eles não têm equipamentos de proteção individual, não
têm aposentadoria especial. Eles ganham, a maioria deles, menos que um salário
mínimo ou um salário mínimo. É muito cômodo fazer um discurso enaltecendo esses
profissionais, mas a efetivação disso está na aprovação do projeto — disse o
senador.
Para
a relatora, um piso salarial nacional possibilitará a oferta de serviços de
saúde com qualidade. A senadora disse considerar que não é razoável exigir que
justamente aqueles que trabalham nas piores condições recebam os piores
salários ou remunerações. Ela lembrou, ainda, os sacrifícios que estão
sendo cobrados deles no período atual.
—
Sabem quem vai vacinar a população nos feriados, aos sábados e domingos? O
pessoal da enfermagem, gente. São os técnicos e enfermeiros que vão trabalhar.
E 89% dos trabalhadores em enfermagem são mulheres. Esse projeto senador
Fabiano Contarato, conta com o apoio da Bancada Feminina — disse a senadora,
também em sessão remota.
O
senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) também manifestou apoio ao pedido de
Contarato. Para ele, o piso é merecido, não só pelo momento atual, mas pelo
trabalho que eles sempre fizeram.
—
É um piso mais do que justificado não apenas por estes momentos árduos, áridos,
cáusticos, dolorosos e atrozes que nós vivemos na pandemia, que terminam por
mostrar a importância de técnicos, de auxiliares, de enfermeiros a quem não tem
essa dimensão.
Fonte:
Agência Senado
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