A
noiva conta que todos em sua casa contraíram o coronavírus, mas Bruno foi o
único que evoluiu para o estado grave da doença. Depois que a jovem fez o teste
para a Covid-19 e o resultado foi positivo, o noivo começou a trabalhar em
home office e ficou isolado com a família. No entanto, ele começou a apresentar
os sintomas da doença no dia 27 de março e buscou atendimento de uma unidade de
saúde no dia 30 de março, com falta de ar e dores no corpo.
No
dia 31 de março, o publicitário foi transferido para o Hospital Regional de
Assis, os médicos realizaram uma tomografia e constataram que Bruno estava com
50% do pulmão comprometido pelo coronavírus. Bruno ficou internado por 10 dias,
mas o quadro começou a se agravar e ele precisou ser transferido para a UTI,
onde acabou morrendo no dia 17 de abril, data em que se casaria.
Segundo
a noiva, dois dias antes de vir a óbito, o pulmão dele já estava 85%
comprometido pela doença. A vítima apresentava baixa saturação e cansaço
excessivo para fazer movimentos simples, como se sentar, trocar de roupa e
tomar banho.
Beatriz
explica que, a família teve esperança que ele melhorasse depois de um dia com a
saturação um pouco melhor, mas, no dia seguinte, o quadro da vítima piorou e o
médico disse a eles que se o paciente não fosse intubado não resistiria. A
doença evoluiu muito rápido em Bruno. Ela também explicou que, apesar de ser
sedentário, ele era jovem e não tinha nenhuma comorbidade, mas o
comprometimento do pulmão fez com que passasse a sentir grande dificuldade não
só para se movimentar, mas também para falar.
O
casamento era um sonho de Bruno e de Beatriz. Juntos há 11 anos, o casal
começou a se relacionar ainda na adolescência e já tinha dois filhos: Nicolas,
de sete anos, e Miguel, de quatro anos. Segundo Beatriz, as fotos e os vídeos
para a festa já haviam sido preparados e tudo estava pago. Beatriz conta que o
desejado vestido de noiva também estava sendo finalizado.
Devido
à pandemia, eles já haviam decidido que iriam adiar a festa, mas a definição de
uma nova data não aconteceu. Já que, depois que a noiva apresentou sintomas do
coronavírus, a preocupação com a doença e os acontecimentos que se sucederam
tiraram o foco da data especial.
Para
passar por esse momento trágico, Beatriz precisou buscar ajuda psicológica e
demorou alguns dias para conseguir contar aos filhos sobre a morte do pai, já
que sua avó havia morrido em fevereiro por conta da Covid-19 e a família já
vinha sofrendo com essa perda. Após a morte de Bruno, uma enfermeira que
havia acompanhado ele, contou que ele também não deixou que tirassem a sua
aliança quando deu entrada no hospital.
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