O
reitor Alfredo Gomes e o pró-reitor de Extensão e Cultura, Oussama Naouar,
estiveram em Sertânia para acertar detalhes da implantação do núcleo com o
prefeito Ângelo Ferreira em 28 de dezembro de 2020. Na ocasião, foram
apresentadas as instalações das Escola Presidente Vargas, Escola Municipal
Agrícola e do Polo da Universidade Aberta do Brasil – Sertânia (UAB),
localizado na Escola de Referência em Ensino Médio Olavo Bilac (Eremob).
Integravam o grupo os coordenadores do núcleo, o professor do Programa de
Pós-Graduação em História Antônio Jorge de Siqueira e a professora do
Departamento de Ciências Geográficas Edvânia Torres.
Para
Alfredo, o processo de implantação do Nemip é um aprofundamento da relação da
universidade com a interiorização. “Vamos estudar a possibilidade, junto com a
Prefeitura de Sertânia (que se colocou integralmente à disposição da
universidade), de diversificação das atividades de extensão realizadas naquele
município e demais cidades que integram aquela região”, explica. Oussama
ressalta a importância da aproximação da universidade com os territórios mais
carentes do estado: “Na atual conjuntura, é importante que a universidade se
faça presente para além de seus muros. A extensão tem um protagonismo nesse
processo”. O núcleo é ligado diretamente à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura
(Proexc).
“Esse
sonho é um sonho que se materializa, um sonho de professores, pais,
profissionais, de diversas áreas, que contribuíram para a idealização desse
projeto. É uma grande conquista para a população do nosso município, poder
contribuir com o conhecimento, ajudando a formar cidadãos de diversas idades.
Este é o começo de uma grande parceria. Vamos continuar lutando para o
crescimento da educação em nosso município, para que mais cursos sejam
ofertados”, comemora o prefeito Ângelo Ferreira.
Já
está confirmada a oferta de cinco cursos: “Cartografia Social e
hidroterritórios - aulas teóricas e práticas”, “Metodologia para projetos”,
“Gestão de bacias hidrográficas e sustentabilidade”, “História e Cultura do
Sertão” e “Métodos qualitativos aplicados”. As atividades vão acontecer, inicialmente,
na Escola Presidente Vargas, que reúne infraestrutura adequada às aulas
presenciais e remotas. Cada curso vai oferecer 100 vagas. A previsão é que eles
tenham início neste primeiro semestre do ano.
A
iniciativa surgiu da experiência de um grupo de professores da Erem Olavo Bilac
- Álvaro Góis, Edmaylson Jóaia, Janilton Ferreira e João Lúcio de Souza - cerca
de três anos atrás. “Ficávamos sensibilizados com a quantidade de alunos
concluintes do ensino médio, que, estudiosos, comprometidos, responsáveis,
tiravam boas notas no Enem, passavam para bons cursos em boas instituições
(inclusive UFPE), mas não tinham condições financeiras de se manter longe da
família. Muitos deles garantiam a vaga e nem chegavam a fazer a matrícula”,
explica João Lúcio. O grupo decidiu então entrar em contato com o professor
Antônio Jorge de Siqueira, que convidou a professora Edvânia Torres e juntos
elaboraram o projeto.
Edvânia
informa que o Nemip vai ter instalação própria, a médio prazo, e que vai
funcionar com a participação das prefeituras através de convênios de
cooperação, inclusive com o envolvimento e apoio de outras instituições e com
abertura a aportes e investimentos de diferentes segmentos da sociedade. A
coordenadora explica que o núcleo é um modelo de organização institucional que
possibilita à universidade estar presente de uma maneira diferenciada. “Regido
por convênio de cooperação no nível da extensão, é um modelo pensado por Paulo
Freire, o fundador da extensão. Em termos da estrutura organizacional, a criação
de núcleos dessa forma permite que a UFPE chegue perto de diversas regiões e
demandas sem ter que seguir a burocracia e complexidade que exigiria fundar um
campus novo”, detalha.
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