Na
semana passada, o prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB), esteve no
Instituto, conversou com o diretor de Estratégia Institucional, Raul Machado
Neto, e afirmou que uma parceira com a entidade é uma possibilidade "caso
necessário", a partir do momento que a vacina seja liberada. Ontem, em
rede social, ele disse que a criação de um comitê para planejar a imunização no
Recife tem justamente como um dos objetivos coordenar "a aquisição de
vacina, aquisição de insumos, o incremento de pessoas para poder fazer a
aplicação das vacinas".
Na
última segunda, foi a vez da prefeita reeleita de Caruaru, Raquel Lyra
(PSDB), ir a São Paulo tendo como uma das pautas o andamento da
CoronaVac. A tucana participou de uma agenda com o governador de São Paulo,
João Dória, também do PSDB. "Falamos sobre os desafios na gestão,
pandemia e também sobre a vacina para Covid-19 no Brasil. O trabalho não
para", escreveu a prefeita em suas redes sociais.
O
prefeito reeleito de Petrolina, no Sertão pernambucano, Miguel Coelho (MDB),
abordou a vacina durante a sua diplomação para o segundo mandato, também na
segunda. Ele afirmou que o município trabalha "em duas frentes" para
vacinar a população. "Trabalhamos com o Governo Federal e com o Instituto
Butantan em duas frentes distintas para que a vacina que seja primeiro
aprovada, a prefeitura faça a sua aquisição", afirmou o prefeito. Ainda de
acordo com ele, dessa forma, a Secretaria de Saúde de Petrolina poderá iniciar
a imunização dos seus habitantes já em janeiro, levando em conta um cenário
"otimista".
Para
Priscila Lapa, cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas
de Olinda (Facho), os prefeitos tentam se adiantar diante de um problema
"que vai quebrar nas costas deles".
"Não
tem programa pronto do Governo Federal sobre a vacinação e nem para remediar as
consequências da pandemia. As ajudas que o governo fez, de repasses para os
estados e municípios, não devem se repetir em 2021. Então é um cenário hostil e
é o gestor do município é que será cobrado por leitos em UTI, em enfermaria, e
em garantir a funcionalidade segura do comércio", avalia.
Diante
de tudo isso, ela enxerga uma movimentação dos prefeitos, e também dos
governadores, similar ao ocorrido no início da pandemia. "Com a omissão do
Governo Federal, há ocupação desse espaço de poder. A vacinação é enxergada
como a grande esperança que minimizaria os danos à saúde pública e evitar,
inclusive, a necessidade de novos lockdowns", frisa Priscila. Da Folhape
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