sexta-feira, 10 de abril de 2020

Presidente do TCU diz que vírus da política se instalou e prejudica enfrentamento do coronavírus no Brasil


             O presidente do Tribunal de Contas da União, José Mucio Monteiro. defendeu uma conciliação entre os três poderes como forma de ajustar o enfrentamento da covid-19. Porque segundo ele, o “vírus da política” antecipou-se de certa forma aos efeitos da corona vírus e já conseguiu politizar a tragédia que se avizinha.

Falando no programa Supermanhã com Geraldo Freyre, da Rádio Jornal, o ministro criticou a forma absurda como se estabeleceu um debate sobre quarentena, cloroquina e até assuntos não relacionados como as críticas a China, em detrimento da questão central que está atrasando uma abordagem efetiva do problema.

Esse debate, disse José Mucio, fez com que perdêssemos de uma grande chance histórica de ter um grande e entendimento nacional para resolver a questão de modo a enfrentar a doença e depois se voltar ao debate político normal “Mas preferimos o inverso e se não estamos ajudaremos a sociedade”, lamentou.

O ministro se preocupou em advertir sobre a questão da corona vírus nas camadas renda mais baixa. “Nós temos 12 milhões de desempregados mais 30 milhões de trabalhadores informais. Essa população não tem poupança vamos ter que enfrentar os problemas e podemos ser ortodoxos. Nós somos cinco países diferentes".

- No Brasil, nem os pobres são iguais. O pobre do Nordeste é mais miserável que os pobres do Sul e do Sudeste. Mas atuamos como se tivéssemos um remédio para qualquer doença, disse o ministro do TCU.

José Mucio disse que apesar desse cenário que assusta, o TCU é sensível. Essa crise, diz o Ministro, é contra tudo que tem sido feito porque contraria tudo que o TCU fazemos. Legislação, compras pelo preço mínimo. fiscalização. “Mas nós estamos num mundo completamente diferente. Ou se faz o a gente vai ser responsável pela morte de gente”.

Segundo ele, o TCU criou um comitê com técnicos de profissionais da casa, CGU procuradores para acompanhamento do que está sendo feito de quando terminar volta a aplicar a metodologia. “Sermos responsáveis para passarmos pelo problema. Mas não podemos permitir o liberou geral!

- Nós somos pagos para ser chatos,desconfiar pedir satisfação. Esse e o papel do TCU. Saber, apontar culpados. Mas vivemos um momento único. Nos só víamos isso em filme de ficção, mas isso é real.

O presidente do TCU criticou duramente a proposta de mudanças nos critérios do Plano Mansueto. Porque tem deputado propondo a mudança dentro de uma situação emergencial para mudar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Tem gente querendo se aproveitar a crise para mudar a LRF. Não. Não podemos. Porque quando crise passar temos que voltar ao Brasil que nós temos antes dela e discutir sem imperativo da emergência. Nós estamos atentos às medidas de emergência atentos para não permitir algum interesse de politização da tragédia
José Mucio finalizou sua entrevista num tom mais conciliador: Eu acho que não vamos sair disso crise da covid-19, sem uma Grande conciliação. Temos três anos pela frente. O governo não pode sair da epidemia isolado. Porque o legislativo o judiciário não podem estar juntos sem o Executivo, disse o presidente do TCU.

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