sábado, 21 de março de 2020

Justiça obriga hospital a revelar exame do de Bolsonaro


               A Justiça Federal do Distrito Federal determinou nesta sexta-feira, 20, que o Hospital das Forças Armadas (HFA) informe imediatamente ao governo do Distrito Federal a relação completa dos pacientes infectados pelo novo coronavírus. Segundo o presidente Jair Bolsonaro postou em suas redes sociais, um exame feito no HFA atestou que ele não foi infectado pela covid-19.

Em sua decisão, a juíza Raquel Soares Chiarelli também impôs uma multa de R$ 50 mil ao diretor do hospital por cada paciente que tiver a informação sonegada. Além de Bolsonaro, integrantes da comitiva presidencial que acompanharam o presidente da República em viagem aos Estados Unidos também fizeram exames no HFA.

"Já é notório que a devida identificação dos casos com sorologia positiva para a covid-19 é fundamental para a definição de políticas públicas para o enfrentamento urgente e inadiável da pandemia, a fim de garantir a preservação do sistema de saúde e o atendimento da população", escreveu a juíza em sua decisão.

"De modo que não se justifica, sob nenhuma perspectiva, a negativa da União em fornecer essas informações ao Distrito Federal, que tem competência constitucional para coordenar e executar as ações e serviços de vigilância epidemiológica em seu território."

Nesta sexta-feira, Bolsonaro voltou a minimizar pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 10 mil pessoas no mundo, e tratou a doença como uma "gripezinha". "Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar", disse o presidente após o Estado questioná-lo, em entrevista no Palácio do Planalto, a razão de ele não tornar público os resultados dos seus exames.

O jornal O Estado de S. Paulo pede há uma semana a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) que apresente os resultados dos exames já feitos pelo presidente, mas até esta sexta-feira não obteve resposta.

Ao todo, 22 pessoas que acompanharam Bolsonaro na viagem que fez aos Estados Unidos, na semana passada, contraíram o coronavírus. Entre eles, assessores próximos e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que se reuniu três vezes com Bolsonaro no dia anterior a ser diagnosticado com a doença.

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