Uma
decisão recente da Justiça vai fazer com que as eleições municipais deste ano
soem mais familiares. Políticos, a partir de agora, estão liberados para fazer
paródias com qualquer canção - mesmo sem autorização dos autores.
É
o desfecho de algo que começou há seis anos, quando Roberto Carlos apareceu
numa churrascaria, cantando que havia voltado, "agora pra ficar", num
comercial da Friboi. Foi um mico, já que o Rei, que não come carne, nem sequer
tocou no bife à sua frente.
Mas
a propaganda gerou outra controvérsia – isso porque o único que se deu bem com
a peça foi Tiririca, do PL paulista. Ele fez uma paródia da música - "O
Portão" - e da cena, cantando de branco, em frente a um piano e um prato
de carne, que "Brasília é seu lugar".
O
humorista angariou mais de 1 milhão de votos e foi eleito deputado federal como
o segundo mais votado de São Paulo. Tiririca, que não foi encontrado para
comentar o caso, não pediu autorização aos detentores dos direitos da música, e
por isso acabou processado pela gravadora EMI.
No
fim do ano passado, o caso foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça, que
decidiu a favor do deputado, contrariando as instâncias
anteriores. "Essa decisão faz jurisprudência, vai ser usada como
precedente", diz Leo Wojdyslawski, advogado especializado em propriedade
intelectual, que trabalhou no caso ao lado da gravadora.
"Agora,
qualquer pessoa vai pegar qualquer música, botar qualquer letra e falar que é
paródia." Naturalmente, a decisão não foi bem recebida entre os autores.
"Isso é roubo e revanchismo", tuitou a cantora Zélia Duncan, quando
soube da notícia, gerando milhares de reações na internet. Na visão dela, este
é mais um caso recente de retaliação à classe artística. Da Folhape
Nenhum comentário:
Postar um comentário