Vinte
dos 27 vereadores de Uberlândia foram alvos de mandados de prisão na manhã
desta segunda-feira (16) em uma operação do Ministério Público de Minas Gerais
(MP-MG). A ação apura desvio de verbas de gabinete e também inclui mandados
para prender outras 20 pessoas, entre funcionários e assessores da Câmara
Municipal e donos de gráficas.
Entre
os investigados estão o presidente da Câmara, Hélio Ferraz, o Baiano (PSDB),
que foi preso. Também estão na lista dos vereadores alvos de mandado de prisão
os vereadores Juliano Modesto (SD) e Alexandre Nogueira (PSD) — o
primeiro já estava preso, e o segundo cumpria prisão domiciliar e foi levado
para a delegacia. Para
os três, o mandado é de prisão preventiva. Para todos os demais, prisão
temporária.
Até
por volta de 10h45, 18 vereadores já estavam presos e dois ainda não haviam
sido localizados — o nome deles não foi divulgado. Das outras 20 pessoas alvos
dos mandados, 15 já estavam presas às 10h45. Foram expedidos, ainda, 42
mandados de busca e apreensão, inclusive na Câmara.
O
grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-MG,
responsável pela ação, informou que a operação investiga desvio de recursos
da verba indenizatória de gabinete da Casa, por meio de uso de notas
fiscais frias de gráficas.
Ainda
segundo o promotor, durante a operação “O Poderoso Chefão”, o dono de uma
gráfica afirmou ter uma empresa de fachada utilizada para desvio de verbas
indenizatórias. Com base nestas informações, o Gaeco começou a verificar quais
outras gráficas eram utilizadas pelos parlamentares já presos.
“De
janeiro de 2017 a dezembro de 2019 os vereadores gastaram mais de R$ 4 milhões
em serviços de impressões. Constatamos que essas gráficas não tinham capacidade
de prestar esse tipo de serviço que estão nas notas. Não se compravam insumos
usados. Algumas funcionam, sim, regularmente, mas não compravam material
suficiente dos descritos nas notas fiscais. As notas são rigorosamente do mesmo
valor para vereadores diferentes", explicou.
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