O
novo presidente da Fundação Palmares, instituição ligada à Secretaria
Especial de Cultura, afirmou em suas redes sociais que o Brasil tem um
"racismo nutella", defendeu a extinção do feriado da Consciência
Negra e declarou apoio irrestrito ao presidente Jair Bolsonaro. Sergio
Nascimento de Camargo também afirmou que a escravidão foi "benéfica para
os descendentes" e atacou personalidades como a ex-vereadora do Rio
Marielle Franco e a atriz Taís Araújo.
A
nomeação faz parte de uma série promovida pelo novo secretário especial
da Cultura, Roberto Alvim, no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 27.
No
Decreto N.º 6,853, de 15 de maio de 2009, que regulamenta a instituição, a
Fundação Cultural Palmares "tem por finalidade promover a preservação dos
valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na
formação da sociedade brasileira". Entre os objetivos, está o de
"apoiar e desenvolver políticas de inclusão dos afro-descendentes no
processo de desenvolvimento político, social e econômico por intermédio da
valorização da dimensão cultural".
No
Facebook, onde tem uma conta atualizada diariamente, o jornalista e novo
presidente da instituição disse, em setembro de 2019, que o "Brasil
tem racismo nutella. Racismo real existe nos EUA. A negrada daqui reclama
porque é imbecil e desinformada pela esquerda". Em outra postagem, em
novembro, ele defende a extinção do Dia da Consciência Negra. "O Dia da
Consciência Negra é uma vergonha e precisa ser combatido incansavelmente até
que perca a pouca relevância que tem e desapareça do calendário."
"Negro
de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto", diz sua
biografia na página.
Utilizando
o perfil da pessoa com quem diz estar em um "relacionamento sério",
via rede social, Camargo disse que sua "atuação à frente da Fundação será
norteada pelos valores e princípios que elegeram e conduzem o governo
Bolsonaro".
O
presidente anterior da Fundação Palmares, nomeado já no governo Bolsonaro,
era Vanderlei Lourenço, advogado, e que desde 2015
era coordenador-geral do Centro Nacional de Informação e Referência da
Cultura Negra da FCP. Entre suas ações, estava o lançamento do "II Prêmio
Oliveira Silveira – Infantojuvenil", que teve como propósito
reverenciar obras literárias inéditas e ilustradas que incorporem elementos da
cultura afro-brasileira. As inscrições no edital se encerraram no dia 22 de
julho.
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