quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Justiça manda soltar brigadistas presos arbitrariamente no Pará


             A prisão arbitrária contra quatro brigadistas que foram alvo da Operação Fogo Sairé, da Polícia Civil, acusados de ajudar a provocar incêndios na região de Alter do Chão, no Pará, foi revertida e os quatro serão libertados nesta quinta-feira 28.

A decisão é do juiz Alexandre Rizzi, que nesta quarta-feira 27 manteve as prisões preventivas por mais dez dias após uma audiência de custódia.

"A farsa durou pouco! Confirmada pelo advogado José Ronaldo Campos a soltura ainda nesta quinta-feira dos 4 brigadistas de Alter do Chão, presos de forma arbitrária sob a suspeita de terem ateado fogo na APA Alter do Chão em setembro!", postou no Twitter o deputado federal Airton Faleiro, do PT do Pará.

A operação da Polícai Civil foi contestada por diversas entidades de defesa do meio ambiente por mirar ONGs que, na verdade, combatem os reais responsáveis pelos incêndios na Amazônia. 

Após a pressão, o governador Hélder Barbalho (MDB) destituiu o delegado que preside o inquérito, José Humberto de Melo, e colocou no cargo Waldir Freire Cardoso.

O Ministério Público Federal (MPF) em Santarém (PA) informou que, nas investigações sobre o caso, "nenhum elemento apontava para participação de brigadistas ou organizações da sociedade civil" nos incêndios na região de Alter do Chão.

Reportagem do site The Intercept apontou ainda que, nos bastidores, a Polícia Federal também confirmou que não havia nenhuma informação sobre o envolvimento de brigadistas e que a ação da Polícia Civil ainda era um mistério para os agentes.

Ambientalista preso não estava no Pará na época do incêndio – O gestor de turismo Guilherme Fernandes, de 32 anos, irmão do brigadista Gustavo Fernandes, um dos presos na operação da Polícia Civil contra organizações não governamentais (ONGs) que atuam no Pará, afirmou que o seu parente não estava no estado quando ocorreram os incêndios. Os brigadistas são acusados de provocarem as queimadas. Cerca de 180 entidades ambientalistas e de direitos humanos se manifestaram.

"Ele estava em um casamento no interior de São Paulo, tem passagem aérea e reserva de hotel confirmando isso, mas nada foi levado em conta. Já passamos tudo para o advogado dele, mas parece que havia predisposição para incriminar meu irmão e os outros brigadistas", disse Guilherme Fernandes. A situação é "surreal, um pesadelo", acrescentou. Seus relatos foram publicados no jornal O Estado de S.Paulo.

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