A
prisão arbitrária contra quatro brigadistas que foram alvo da Operação Fogo
Sairé, da Polícia Civil, acusados de ajudar a provocar incêndios na região de
Alter do Chão, no Pará, foi revertida e os quatro serão libertados nesta quinta-feira
28.
A
decisão é do juiz Alexandre Rizzi, que nesta quarta-feira 27 manteve as
prisões preventivas por mais dez dias após uma audiência de custódia.
"A
farsa durou pouco! Confirmada pelo advogado José Ronaldo Campos a soltura ainda
nesta quinta-feira dos 4 brigadistas de Alter do Chão, presos de forma
arbitrária sob a suspeita de terem ateado fogo na APA Alter do Chão em
setembro!", postou no Twitter o deputado federal Airton Faleiro, do PT do
Pará.
A
operação da Polícai Civil foi contestada por diversas entidades de defesa do
meio ambiente por mirar ONGs que, na verdade, combatem os reais responsáveis
pelos incêndios na Amazônia.
Após
a pressão, o governador Hélder Barbalho (MDB) destituiu o delegado
que preside o inquérito, José Humberto de Melo, e colocou no cargo Waldir
Freire Cardoso.
O
Ministério Público Federal (MPF) em Santarém (PA) informou que, nas
investigações sobre o caso, "nenhum elemento apontava para participação de
brigadistas ou organizações da sociedade civil" nos incêndios na região de
Alter do Chão.
Reportagem
do site The Intercept apontou ainda que, nos bastidores, a Polícia Federal
também confirmou que não havia nenhuma informação sobre o envolvimento de
brigadistas e que a ação da Polícia Civil ainda era um mistério para os
agentes.
Ambientalista preso não estava no Pará
na época do incêndio – O gestor de turismo
Guilherme Fernandes, de 32 anos, irmão do brigadista Gustavo Fernandes, um dos
presos na operação da Polícia Civil contra organizações não governamentais
(ONGs) que atuam no Pará, afirmou que o seu parente não estava no estado quando
ocorreram os incêndios. Os brigadistas são acusados de provocarem as queimadas.
Cerca de 180 entidades ambientalistas e de direitos humanos se manifestaram.
"Ele
estava em um casamento no interior de São Paulo, tem passagem aérea e reserva
de hotel confirmando isso, mas nada foi levado em conta. Já passamos tudo para
o advogado dele, mas parece que havia predisposição para incriminar meu irmão e
os outros brigadistas", disse Guilherme Fernandes. A situação é
"surreal, um pesadelo", acrescentou. Seus relatos foram publicados
no jornal O Estado de S.Paulo.
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