Um
documento contra a implantação de uma usina nuclear no município de
Itacuruba, no Sertão de Pernambuco, será entregue nesta quarta-feira (27) à
governadora em exercício, Luciana Santos, na sede da vice-governadoria do
Estado, no Bairro do Recife, área central da capital pernambucana.
A
“Carta de Floresta”, como o documento foi intitulado, será entregue pelos
representantes da Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB NE 2). O texto reforça a importância do diálogo com o Estado sobre
a real necessidade da implantação da usina e os possíveis impactos que a
construção às margens do Rio São Francisco podem causar.
O
texto, resultado de dois dias de debates promovido pela Igreja no início deste
mês e inspirado no Evangelho de Jesus Cristo e nas palavras do papa Francisco,
sustenta a importância de buscar o desenvolvimento da região sem esquecer das
famílias mais pobres que vivem no local.
De
acordo com o articulador da Comissão Regional de Pastoral para a Ação
Sociotransformadora da CNBB Nordeste 2, o diácono Jaime Bomfim, o objetivo é
provocar o diálogo. “Queremos ouvir o governo, apresentar as nossas
preocupações também e reforçar que estamos à disposição para conversar em busca
do melhor caminho para as pessoas e o meio ambiente, sobretudo, naquela região
do Sertão”, disse Bomfim.
A
criação da fonte atômica de energia foi sinalizada no Plano Nacional de Energia
2050, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Além de Itacuruba,
outras oito localidades no Nordeste e Sudeste do País estão sendo estudadas
para abrigar usinas.
Apesar
da intenção do Governo Federal, a legislação estadual proíbe a instalação de
uma usina atômica em Pernambuco. De acordo com o Artigo 216 da Constituição
Estadual está vedada a instalação de usinas nucleares no Estado enquanto não se
esgotarem toda a capacidade de produzir energia hidrelétrica e de outras
fontes.
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