As
declarações do presidente brasileiro Jair Bolsonaro sobre a crise na
Amazônia continuam tendo desdobramentos importantes na Europa nesta sexta-feira
(23). O escritório do presidente francês Emmanuel Macron acusou
Bolsonaro de mentir durante o encontro do G20 em Osaka, no Japão, ao minimizar
as preocupações com o a mudança climática. Dado esse contexto, aponta o
escritório, a França se opõe ao acordo comercial entre a União Europeia e
o Merconsul.
Macron não é o único a se opor ao acordo. O
primeiro-ministro da Irlanda ameaçou votar contra se o Brasil não respeitar
seus "compromissos ambientais", em meio a críticas ao presidente Jair
Bolsonaro pelos incêndios que assolam a Amazônia. Segundo o primeiro-ministro
Leo Varadkar, "De maneira alguma a Irlanda votará a favor do acordo de
livre comércio UE-Mercosul se o Brasil não cumprir seus compromissos
ambientais".
Às
vésperas do encontro do G20, a chanceler alemã Angela Merkel havia
afirmado no parlamento alemão que via com "grande preocupação" as
ações do governo brasileiro a respeito do desmatamento e que queria ter uma
"conversa clara" com Bolsonaro.
Ao
chegar ao encontro em Osaka, o presidente brasileiro disse que a Alemanha
tem muito a aprender com o Brasil sobre questões ambientais.
"Nós
temos exemplo para dar para a Alemanha, inclusive sobre meio ambiente. A
indústria deles continua sendo fóssil em grande parte de carvão, e a nossa não.
Então, eles têm a aprender muito conosco", disse ele.
Durante
o G20, Bolsonaro conversou com Merkel, e disse ter falado a ela que o
Brasil é alvo de uma "psicose ambientalista".
"Conversei
com ela, foi uma conversa tranquila. Em alguns momentos, ela arregalava os
olhos, de maneira bastante cordial. Mostramos que o Brasil mudou o governo, e é
um país que vai ser respeitado. Falei para ela também da questão da psicose
ambientalista que existe para conosco", disse Bolsonaro em uma entrevista
à imprensa na ocasião.
Outro
chefe de Estado que, também antes do G20, manifestou preocupação com o
compromisso de preservação ambiental do Brasil foi o presidente francês, Emmanuel
Macron. Bolsonaro disse que teve com ele uma conversa parecida com a que teve
com Merkel.
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