segunda-feira, 27 de maio de 2019

Manifestações: Líder do Dem diz que "ninguém governa sozinho"

         Milhares de manifestantes foram neste domingo, 26, às ruas de cidades brasileiras em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e em defesa de temas como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. As mobilizações mais significativas foram registradas em São Paulo e no Rio. A pauta dos atos foi marcada também por ataques ao Congresso, personificados no presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao Supremo Tribunal Federal (STF). O atos foram classificados por Bolsonaro como espontâneos e como um "recado àqueles que teimam, com velhas práticas, não deixar que este povo se liberte".

Representantes do Parlamento, porém, reagiram às cenas nas quais Maia e o Centrão - grupo que tem em seu núcleo duro DEM, PP, PL (ex-PR), PRB e Solidariedade e reúne aproximadamente 200 deputados - aparecem como alvo. Parlamentares avaliaram que a hostilidade nas ruas acirra e isola ainda mais o governo no Congresso. Um dos principais nomes do Centrão, o líder do DEM, deputado Elmar Nascimento (BA), divulgou nota na qual condena o "radicalismo e a beligerância" e diz que "ninguém governa sozinho".

A reportagem contabilizou registros de manifestações em pelo menos 154 cidades nos 26 Estados, além do Distrito Federal (foram convocados atos em cerca de 300 municípios do País).

Na interpretação do Palácio do Planalto, o saldo foi positivo. Interlocutores do presidente avaliaram que, embora não tenham sido grandiosos, os eventos nas ruas não podem ser desconsiderados e mostraram que parte da população apoia a maneira como Bolsonaro tem conduzido sua relação com o Congresso.

Durante a semana passada, Bolsonaro repudiou bandeiras mais radicais como o fechamento do Congresso e do Supremo. No domingo pela manhã, quando já haviam se iniciado as primeiras manifestações, ele saiu em defesa dos atos ao discursar durante um culto religioso na Igreja Batista Atitude, no Rio (mais informações na pág. A8).

Ao mesmo tempo, o Twitter do presidente divulgou três vídeos das manifestações: Em Juiz de Fora (MG), onde se ouve "o choro é livre, o Lula não"; em São Luís (MA), onde o locutor pede a CPI da Lava Toga; e no Rio, onde um grupo canta "a bandeira jamais será vermelha".

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