A
Justiça Federal do Paraná bloqueou cerca de R$ 3,57 bilhões do MDB, do PSB, de
políticos e de empresas. O bloqueio foi divulgado nesta sexta-feira (24), pelo
Ministério Público Federal (MPF) e na lista constam quatro pernambucanos que
tiveram R$ 862 milhões bloqueados. Essa decisão é referente a uma ação de
improbidade administrativa da Operação Lava Jato, movida pelo MPF e pela
Petrobras.
Entre
os acusados que respondem ao processo, estão os parlamentares Valdir Raupp
(MDB-RO), Eduardo da Fonte (PP-PE) e Fernando Bezerra (MDB-PE) – atualmente
líder do governo no Senado. Antes de ingressar no MDB, em 2018, Fernando
Bezerra era filiado ao PSB e chegou a ser líder da legenda no Senado. O
bloqueio também atinge os espólios de Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Eduardo Campos
(PSB-PE), políticos que já morreram.
Pelos
dados divulgados pela Justiça Federal, foram bloqueados R$ 258.707.112,76 do
senador Fernando Bezerra Coelho e do espólio do ex-governador Eduardo Campos. Outros
R$ 107.781.450,00 do espólio de Sérgio Guerra; R$ 333.344.350,00 do
deputado federal Eduardo da Fonte; e R$ 162.899.489,88 de Aldo Guedes
Álvaro também foram bloqueados.
As
empresas acusadas na ação são a Queiroz Galvão e a Vital Engenharia Ambiental. Os
R$ 3,57 bilhões são o resultado da soma dos limites máximo de valores que devem
ser bloqueados nas contas dos investigados. Além dos pernambucanos, a justiça
bloqueou R$ 1.894.115.049,55 do MDB, de Valdir Raupp, da Vital Engenharia
Ambiental, de André Gustavo de Farias Ferreira, de Augusto Amorim Costa, de
Othon Zanoide de Moraes Filho, Petrônio Braz Junior e espólio de Ildefonso
Colares Filho; R$ 816.846.210,75 do PSB; R$ 200.000,00 de Maria Cleia
Santos de Oliveira e Pedro Roberto Rocha; e 3% do faturamento da Queiroz
Galvão.
O
MPF havia pedido os bloqueios para a 1ª instância da Justiça, que negou. Então,
os promotores recorreram à 2ª instância – o Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4) –, que autorizou. De acordo com o TRF-4, há indícios da prática
de atos de improbidade por líderes de partidos e agentes públicos em prejuízo
ao erário.
Para
o tribunal, é necessário "garantir a efetividade do resultado final da
ação – em que apurada a existência de um amplo esquema criminoso, com prejuízos
expressivos para toda a sociedade".
De
acordo com o MPF, Fernando Bezerra, que na época era secretário de
Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, solicitou R$ 20 milhões em propina a
Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras. Segundo a força-tarefa, o ex-governador
do Pernambuco Eduardo Campos e Fernando Bezerra, ambos na época do PSB,
receberam propinas desviadas da construção da Refinaria Abreu e Lima.
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