Após
um período marcado pela forte politização do setor militar, Lula optou por um nome
civil, com trânsito entre diferentes campos ideológicos e, sobretudo, credibilidade
junto aos militares. A aposta se mostrou acertada. Diferente de antecessores
que adotavam posturas mais ideológicas ou impositivas, Múcio construiu sua
gestão com base na diplomacia e no diálogo institucional.
Um
dos principais marcos de sua atuação é o papel central e decisivo na instalação
da Escola de Sargentos do Exército (ESE) em Pernambuco. Pernambucano e ministro
da Defesa, Múcio assumiu o projeto como uma de suas principais bandeiras,
atuando diretamente na articulação política e orçamentária para garantir que a
unidade permanecesse no estado.
O
ministro tem defendido o projeto como uma iniciativa estratégica para a descentralização
do ensino militar e para a promoção do desenvolvimento regional. Segundo ele, a
proposta busca corrigir desigualdades históricas no acesso à formação de
excelência no país. “A tendência natural do Brasil sempre foi mandar os
filhos para estudar no Sul. Agora queremos trazer professores e oportunidades
para onde estão as famílias nordestinas e do Norte”, afirmou.
Sobre
críticas relacionadas a possíveis impactos ambientais, Múcio foi enfático ao
esclarecer que o projeto sofreu ajustes significativos. De acordo com o
ministro, o plano inicial previa a supressão de 400 hectares, número reduzido
para apenas 40 hectares, compensados com o plantio de cerca de 1.500 hectares. “Não
vão tirar quase nada da vegetação. Estamos agregando uma escola a uma área
militar que já existe”, explicou.
A
Escola de Sargentos deve gerar um impacto expressivo na economia local, com folha
anual estimada em R$ 200 milhões, além da criação de cerca de seis mil empregos
diretos e indiretos, envolvendo alunos, professores e atividades correlatas.
Segundo Múcio, apenas três localidades no Brasil reúnem as condições
necessárias para sediar a escola: Santa Maria (RS), Três Corações (MG) e
Pernambuco, devido à necessidade de grandes áreas para treinamento.
Ao
comentar os desafios da Defesa, o ministro reconheceu que a escassez de
recursos é um dos principais entraves. Ele destacou que investir em defesa é
uma tarefa complexa em um país com grandes demandas sociais, mas defendeu a
criação de uma política de previsibilidade orçamentária, independentemente do
governo. “A defesa não pertence a partido político. Ela existe para que
não nos ataquem”, afirmou.
Questionado sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de integrantes da alta cúpula das Forças Armadas, Múcio foi direto: “Isso é justiça. Justiça você pode gostar ou não gostar, mas não se discute”. Da Folhape
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