terça-feira, 5 de agosto de 2025

Buíque alagada novamente: centro da cidade vira rio após fortes chuvas

Temporal desta terça-feira (5) revive o mesmo drama vivido há anos, sem que soluções definitivas sejam adotadas pela gestão municipal

A chuva intensa que caiu sobre Buíque na tarde desta terça-feira (5) transformou o centro da cidade em um verdadeiro rio. Ruas tomadas pelas águas, lojas invadidas, carros ilhados e moradores ilhados dentro de casas e comércios marcaram mais um episódio de um problema antigo que insiste em se repetir: os alagamentos provocados pela deficiência crônica no sistema de drenagem urbana.

Vídeos circulam mostrando a água avançando pelas calçadas, invadindo estabelecimentos comerciais e expondo a fragilidade da infraestrutura da cidade frente a eventos climáticos cada vez mais comuns e intensos.

“Todo inverno é a mesma coisa. A chuva cai e o centro desaparece debaixo d’água. Até quando a população vai ter que conviver com isso?”, questionou um morador em postagem no Instagram.

Em episódios anteriores, as intervenções são pontuais, paliativas e incapazes de enfrentar o problema real: a ausência de um plano robusto de drenagem urbana para uma cidade que cresce, mas segue com a mesma estrutura precária.

O tema não é novo para engenheiros e urbanistas: Buíque possui áreas naturalmente mais baixas no centro, com difícil escoamento de água, agravado pela impermeabilização do solo e obstrução de bocas de lobo. Soluções apontadas por especialistas e já debatidas em gestões anteriores incluem:

  • Elaboração de um Plano Diretor de Drenagem para a cidade;
  • Investimento em galerias pluviais mais modernas e com maior capacidade de vazão;
  • Educação ambiental para reduzir o descarte irregular de lixo em vias públicas;
  • Obras de micro e macrodrenagem em pontos críticos do centro;
  • Criação de bacias de contenção e áreas verdes permeáveis para absorver o excesso de água.

Em pleno 2025, seguir tratando os alagamentos em Buíque como um imprevisto é um desrespeito à inteligência e à dignidade da população. As chuvas vão continuar. Os prejuízos também, se nada for feito. O que falta, segundo os próprios moradores, é vontade política e compromisso com planejamento urbano real.

No início do ano, o atual prefeito, Túlio Monteiro (MDB), anunciou a implantação de um sistema de canalização para desviar as águas pluviais, projeto este desenvolvido em parceria com engenheiros e técnicos da TPC, empresa responsável pela obra. Na época, dizia-se que a iniciativa busca solucionar definitivamente as enchentes que atingem as principais ruas e avenidas da cidade, causando prejuízos econômicos e transtornos à população. Até agora o projeto não saiu da intenção.

Enquanto isso, a cidade segue navegando — infelizmente, não em progresso, mas nas mesmas águas turvas de sempre.

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