A artista estava nos Estados
Unidos, onde buscava alternativas em um tratamento experimental para conter a
evolução da doença. Ela estava hospedada em Nova York e se deslocava
regularmente até Washington, onde ficava o centro médico especializado que a
acompanhava.
Preta Gil passou por quimioterapia,
radioterapia e, em agosto de 2024, realizou uma cirurgia de grande porte para a
remoção de tumores. Embora os primeiros resultados tenham sido positivos, o
câncer voltou a se manifestar de forma agressiva em outras partes do corpo, o
que exigiu novos protocolos de intervenção médica.
Determinada, ela seguiu com
o tratamento fora do Brasil, em busca de esperança e avanço clínico — algo que
sempre guiou sua postura diante da vida: a coragem de ir além, mesmo nas
situações mais adversas.
Nascida em uma das famílias
mais influentes da MPB — filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso e
afilhada de Gal Costa — Preta só decidiu se lançar oficialmente como cantora
aos 29 anos, depois de uma sólida carreira como produtora e publicitária. Seu
primeiro álbum, "Prêt-à-Porter", foi lançado em 2003 e logo causou
polêmica ao estampar a cantora nua na capa, numa atitude que desafiava padrões
estéticos e morais da época.
“Eu lembro que fui mostrar
para o meu pai e ele falou: ‘Desnecessário, Preta’. Aquilo foi uma confusão na
minha cabeça. Mas meu pai é um sábio. Ele sabia exatamente o que eu ia passar
depois. Eu lancei o disco achando que estava abafando, mas veio uma enxurrada
de muitas críticas na época. De muito conservadorismo”, revelou Preta, anos
depois, em entrevista a Pedro Bial.
Do hit "Sinais de
Fogo", composição de sua amiga Ana Carolina, até as batalhas públicas
contra o preconceito, o racismo, a gordofobia e a homofobia, Preta Gil
construiu uma trajetória que transcendeu os palcos. Tornou-se um símbolo de
representatividade, empoderamento e liberdade feminina.
A morte de Preta Gil
interrompe uma vida pública intensa e afetiva, mas deixa um legado duradouro.
Sua arte, sua luta e seu amor incondicional pelas causas sociais fizeram dela
muito mais do que uma cantora: fizeram dela um símbolo de resistência e amor em
tempos de urgência.
O Brasil se despede de Preta
Gil com tristeza, mas também com gratidão. Sua passagem pelo mundo não foi
silenciosa — foi sonora, firme e profundamente humana.
👉 Acompanhe mais notícias e curta
nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário