segunda-feira, 21 de julho de 2025

Moraes dá 24 horas para defesa de Bolsonaro se explicar sobre suposto descumprimento sob pena de prisão

              O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (21) que os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestem esclarecimentos, no prazo de 24 horas, sobre um possível descumprimento das medidas cautelares impostas ao ex-mandatário.

Na decisão, Moraes foi enfático ao afirmar que, em caso de omissão ou ausência de justificativa convincente da defesa, poderá decretar imediatamente a prisão preventiva de Bolsonaro, com base no artigo 312, §1º, do Código de Processo Penal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já foi notificada para acompanhar o caso.

As medidas cautelares foram impostas pelo STF no âmbito das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado e outras ações antidemocráticas atribuídas ao ex-presidente e aliados. De acordo com a decisão, Bolsonaro estaria violando regras estabelecidas em fevereiro deste ano para manter a liberdade provisória.

As medidas atualmente em vigor contra Bolsonaro são:

  • Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica;
  • Recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 6h durante a semana, e integral nos fins de semana e feriados;
  • Proibição de entrada em embaixadas e consulados de países estrangeiros;
  • Proibição de contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras;
  • Proibição de uso de redes sociais, seja de forma direta ou por meio de terceiros;
  • Proibição de contato com o deputado Eduardo Bolsonaro e outros investigados ligados aos quatro núcleos da suposta trama golpista.

A decisão de Alexandre de Moraes marca uma nova escalada no cerco jurídico ao ex-presidente, que já responde a diversos inquéritos no STF. A advertência sobre uma possível prisão preventiva chama atenção por sua imediaticidade e pelo grau de gravidade atribuído ao caso.

Fontes ligadas ao Supremo afirmam que Moraes vê com preocupação indícios de desrespeito às medidas, o que configuraria não apenas uma infração processual, mas uma afronta ao controle judicial exercido pela Corte.

Bolsonaro já foi alvo de medidas duras no processo que apura os eventos do 8 de janeiro de 2023, a suposta tentativa de golpe militar e outros movimentos para desestabilizar a democracia brasileira. A tornozeleira eletrônica e o afastamento das redes sociais foram alguns dos dispositivos impostos para evitar articulações políticas ou incitações por parte do ex-presidente.

Agora, com essa nova advertência, o cenário se torna mais delicado para o ex-chefe do Executivo, que poderá, caso não apresente justificativa à altura, ver-se atrás das grades por decisão do Supremo.  Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto

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