O decreto assinado pelo
prefeito Zeca Cavalcanti (Podemos) regulamenta o pagamento do adicional que vai
beneficiar diretamente apenas 10 das 17 merendeiras atualmente em atividade
no município, todas da rede pública de ensino. As outras ou estão em desvio de
função, licença ou readaptação. Até o mês passado, essas profissionais recebiam
apenas um salário-mínimo, sem qualquer acréscimo, mesmo diante das condições
insalubres enfrentadas diariamente. Ou seja, elas não receberam um acréscimo de
20%, mas sim passaram a receber o que não recebiam antes nesse percentual.
O adicional de insalubridade
está previsto na legislação municipal desde 2001, quando foi instituído pela Lei
Complementar nº 2/2001, ainda durante a gestão da ex-prefeita Rosa Barros.
Durante a pandemia, a então
prefeita Madeleine Britto chegou a conceder 40% de insalubridade para
servidores da saúde, por meio de uma lei específica. Mas foi somente em 2021,
já na gestão do ex-prefeito Wellington Maciel, que uma nova legislação
municipal voltou a regulamentar a insalubridade, estabelecendo três faixas de
risco (20%, 25% e 30%), de acordo com a exposição dos servidores.
Mesmo com esse marco legal, as
merendeiras continuaram sem receber o adicional. Foram necessários mais de dois
anos de pressão por parte do Sintema (Sindicato dos Servidores Municipais de
Arcoverde) para que parte delas passasse a ser contemplada com os 20%, que
representa o nível mais baixo entre os graus de risco definidos pela norma.
Para sustentar a reivindicação,
o Sintema contratou uma empresa especializada para realizar um estudo técnico
sobre as condições de trabalho das merendeiras. O laudo apontou exposição
prolongada a altas temperaturas, esforço físico com peso excessivo e posturas
inadequadas, fatores suficientes para enquadramento em condição insalubre.
O presidente do Sintema, Caio
Magalhães, destacou que a conquista só foi possível graças à organização e
mobilização das trabalhadoras, com liderança da servidora Eliane, da escola de
Caraíbas, e ao apoio de atores-chave da gestão municipal, como o procurador
adjunto Dr. Pedro Melchior e a Secretaria de Administração.
“Não é um favor. É o
cumprimento de um direito que essas servidoras vêm cobrando há anos. Ainda há
pendências junto aos servidores públicos municipais, mas esse passo só foi dado
porque a categoria se organizou e pressionou de forma qualificada, mas também é
preciso reconhecer o esforço do atual governo”,
disse Caio.
O sindicato já informou que continuará lutando para que todos os servidores que tenham direito ao benefício recebam o adicional.
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