quarta-feira, 25 de junho de 2025

Prefeito de Gravatá é alvo do TCE por uso político de eventos financiados com dinheiro público

                    Em um momento em que os festejos juninos se espalham por Pernambuco com brilho, cores e muita música, um tema espinhoso ganha cada vez mais destaque nos bastidores da política: o uso indevido de recursos públicos para promoção pessoal de gestores e seus familiares. O caso mais recente vem de Gravatá, onde o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) emitiu um alerta de responsabilização ao prefeito Joselito Gomes (AVANTE) após a esposa e secretária de Obras, Viviane Gomes, subir ao palco principal dos festejos juninos promovidos pela Prefeitura para cantar com artistas de renome como Wesley Safadão e João Gomes.

A presença constante da primeira-dama em eventos oficiais patrocinados com recursos públicos chamou a atenção do conselheiro Dirceu Rodolfo, que apontou possível violação dos princípios da impessoalidade e moralidade administrativa. Em sua interpretação, a exposição reiterada de Viviane — que também é pré-candidata a deputada estadual em 2026 — pode configurar promoção pessoal com dinheiro público, prática vedada pela Constituição Federal.

Além disso, Viviane Gomes também está no centro de outras denúncias, como nepotismo e incapacidade técnica para ocupar o cargo de secretária. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já havia recomendado sua exoneração, reforçando que a gestão de Joselito Gomes pode estar extrapolando os limites legais da administração pública.

No momento, o TCE-PE analisa o caso por meio de uma Medida Cautelar que pode resultar na abertura de uma Auditoria Especial e até no envio do processo para o Ministério Público Eleitoral, que deve avaliar se houve ou não uso da máquina pública para fins eleitorais.

Esse não é um caso isolado. Em diversas cidades, as festas patrocinadas pelo erário têm se tornado trampolins de popularidade para figuras públicas. Shows, discursos e aparições em palcos — muitas vezes transmitidas ao vivo nas redes oficiais — transformam celebrações culturais em verdadeiros palanques antecipados, o que exige cada vez mais atenção dos órgãos de controle e da sociedade civil.

O debate que se impõe é: qual o limite entre a valorização da cultura popular e a instrumentalização política desses eventos? Quando a festa se torna palco para projetos pessoais, a democracia perde espaço para o marketing político. 

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