A celebração do talento
nacional não parou por aí: Kleber Mendonça Filho foi premiado como melhor
diretor, sendo o primeiro brasileiro a receber essa honraria desde Glauber
Rocha. O filme, ambientado na década de 1970 em plena ditadura militar, narra a
jornada de um professor universitário (vivido por Wagner Moura) que retorna ao
Recife para reencontrar o filho caçula, apesar dos perigos impostos pelo
regime.
A vitória dupla marca a primeira
vez que o Brasil conquista dois prêmios oficiais em uma mesma edição de Cannes,
consolidando o reconhecimento internacional do cinema nacional em um dos palcos
mais importantes da sétima arte.
“Eu queria mandar um
abraço para todo mundo que está vendo no Brasil, especialmente para Recife e
Pernambuco”, declarou Kleber ao receber a estatueta.
“Queremos que esse
filme esteja nas salas de cinema, porque as salas de cinema formam o caráter de
um filme.”
Como Wagner Moura está em
Londres gravando outro longa, foi o próprio diretor quem recebeu o prêmio em
seu nome. Emocionado, Kleber elogiou a parceria com o ator:
“Eu tive muita sorte
de ter a oportunidade de trabalhar com Wagner Moura. Ele não é apenas um ótimo
ator, mas também uma ótima pessoa. Eu o amo muito. Espero que O Agente Secreto
traga muitas coisas a todos.”
Apesar do prestígio, O
Agente Secreto não conquistou a Palma de Ouro, principal prêmio do festival,
que ficou com o longa iraniano A Simple Accident, de Jafar Panahi. No entanto,
o impacto da obra brasileira foi inegável: o filme foi aplaudido por 15 minutos
em sua estreia, no dia 18 de maio, e aclamado pela crítica internacional como
“thriller maravilhoso”, “obra-prima” e “monumental”.
Além dos prêmios oficiais, O
Agente Secreto também foi agraciado com o Prêmio da Crítica Internacional
(Fipresci) e o prêmio “Art et Essai”, concedido pelos exibidores independentes
da França — reforçando ainda mais a força da produção.
A consagração brasileira
acontece no mesmo ano em que o Brasil foi escolhido como País de Honra do
Festival de Cannes. A homenagem, promovida pelo Marché du Film, destacou a
contribuição brasileira para o cinema mundial, e a vitória de Kleber e Wagner
deu à ocasião o brilho que ela merecia.
Com talento, sensibilidade política e identidade regional, O Agente Secreto entra para a história não apenas como um marco da carreira de seus realizadores, mas como um símbolo do novo momento do cinema brasileiro no cenário global.
👉 Acompanhe mais notícias e curta
nossas redes sociais:
Nenhum comentário:
Postar um comentário