sábado, 24 de maio de 2025

Brasil faz história em Cannes: Wagner Moura vence como melhor ator e Kleber melhor direção

           Em uma noite histórica para o cinema brasileiro, o ator Wagner Moura foi consagrado neste sábado (24) como melhor ator do Festival de Cannes 2025, pelo filme O Agente Secreto. É a primeira vez na história do festival que um ator brasileiro conquista o prestigiado troféu.

A celebração do talento nacional não parou por aí: Kleber Mendonça Filho foi premiado como melhor diretor, sendo o primeiro brasileiro a receber essa honraria desde Glauber Rocha. O filme, ambientado na década de 1970 em plena ditadura militar, narra a jornada de um professor universitário (vivido por Wagner Moura) que retorna ao Recife para reencontrar o filho caçula, apesar dos perigos impostos pelo regime.

A vitória dupla marca a primeira vez que o Brasil conquista dois prêmios oficiais em uma mesma edição de Cannes, consolidando o reconhecimento internacional do cinema nacional em um dos palcos mais importantes da sétima arte.

“Eu queria mandar um abraço para todo mundo que está vendo no Brasil, especialmente para Recife e Pernambuco”, declarou Kleber ao receber a estatueta.

“Queremos que esse filme esteja nas salas de cinema, porque as salas de cinema formam o caráter de um filme.”

Como Wagner Moura está em Londres gravando outro longa, foi o próprio diretor quem recebeu o prêmio em seu nome. Emocionado, Kleber elogiou a parceria com o ator:

“Eu tive muita sorte de ter a oportunidade de trabalhar com Wagner Moura. Ele não é apenas um ótimo ator, mas também uma ótima pessoa. Eu o amo muito. Espero que O Agente Secreto traga muitas coisas a todos.”

Apesar do prestígio, O Agente Secreto não conquistou a Palma de Ouro, principal prêmio do festival, que ficou com o longa iraniano A Simple Accident, de Jafar Panahi. No entanto, o impacto da obra brasileira foi inegável: o filme foi aplaudido por 15 minutos em sua estreia, no dia 18 de maio, e aclamado pela crítica internacional como “thriller maravilhoso”, “obra-prima” e “monumental”.

Além dos prêmios oficiais, O Agente Secreto também foi agraciado com o Prêmio da Crítica Internacional (Fipresci) e o prêmio “Art et Essai”, concedido pelos exibidores independentes da França — reforçando ainda mais a força da produção.

A consagração brasileira acontece no mesmo ano em que o Brasil foi escolhido como País de Honra do Festival de Cannes. A homenagem, promovida pelo Marché du Film, destacou a contribuição brasileira para o cinema mundial, e a vitória de Kleber e Wagner deu à ocasião o brilho que ela merecia.

Com talento, sensibilidade política e identidade regional, O Agente Secreto entra para a história não apenas como um marco da carreira de seus realizadores, mas como um símbolo do novo momento do cinema brasileiro no cenário global. 

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