sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Trump confirma que vai realizar seu plano de deportação em massa nos EUA

                  O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à NBC News na quinta-feira que uma de suas primeiras prioridades ao assumir o cargo em janeiro será tornar a fronteira do país “forte e poderosa”. Questionado sobre sua promessa de implementar deportações em massa, o republicano declarou que sua administração “não terá escolha” a não ser realizá-las. Ele também afirmou que considera sua ampla vitória sobre a vice-presidente Kamala Harris um mandato para “trazer o bom senso” aos EUA.

— Obviamente, temos que tornar a fronteira forte e poderosa e, ao mesmo tempo, queremos que as pessoas venham para o nosso país. E, você sabe, eu não sou alguém que diz: ‘Não, você não pode entrar’. Queremos que as pessoas entrem — disse Trump, que, como candidato, prometeu repetidamente realizar “o maior esforço de deportação em massa da História americana”. — Não é uma questão de custo [para implementar a medida]. Realmente, não temos escolha. Quando pessoas mataram e assassinaram, quando grandes traficantes de drogas destruíram países, agora eles vão voltar para esses países porque não vão ficar aqui.

Apesar da declaração, não há dados públicos disponíveis sobre quantos migrantes nos EUA passaram algum tempo na prisão, mas há informações sobre quantos têm condenações criminais. Dos 1,5 milhão que cruzaram a fronteira ilegalmente até setembro deste ano — e nas quais as autoridades conseguiram verificar os bancos de dados —, 15.608 foram de pessoas com histórico criminal. A condenação mais comum, segundo a rede britânica BBC, foi por entrada ilegal em outro país (9.545), seguida por dirigir sob influência de substâncias (2.577) e delitos de posse e tráfico de drogas (1.414).

Na campanha eleitoral, Trump também afirmou que “13 mil assassinos condenados” haviam entrado nos EUA durante o governo de Joe Biden, indicando que eles estariam “circulando livremente” no país. Segundo análise da equipe Verify, da BBC, ambas as falas são enganosas. A primeira delas porque a afirmação do republicano foi baseada em dados que abrangem um período de 40 anos, incluindo todas as administrações presidenciais desde pelo menos Ronald Reagan (1981-1989). E a segunda, de acordo com o Departamento de Segurança Interna americano, porque os dados foram “interpretados incorretamente”. Muitos dos migrantes que Trump alegou “circularem” pelo país, disse o órgão, estão “sob custódia ou atualmente encarcerados”.

Apesar de o número de apreensões de migrantes na fronteira ter aumentado para níveis recordes durante a administração Biden, os números não alcançam o nível que Trump costuma afirmar sem apresentar fontes. Desde janeiro de 2021, quando o democrata assumiu o cargo, houve mais de 10 milhões de apreensões. Sob Trump, foram 2,4 milhões. O número de apreensões, no entanto, não representa a contagem de indivíduos que permanecem nos Estados Unidos: alguns dos migrantes são devolvidos a seus países de origem, e a mesma pessoa pode ser registrada tentando entrar várias vezes. Além disso, também existem casos de pessoas que cruzaram a fronteira sem serem detectadas. Foto: Doug Mills/The New York Times

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