— Obviamente, temos que
tornar a fronteira forte e poderosa e, ao mesmo tempo, queremos que as pessoas
venham para o nosso país. E, você sabe, eu não sou alguém que diz: ‘Não, você
não pode entrar’. Queremos que as pessoas entrem — disse Trump, que, como
candidato, prometeu repetidamente realizar “o maior esforço de deportação em
massa da História americana”. — Não é uma questão de custo [para implementar a
medida]. Realmente, não temos escolha. Quando pessoas mataram e assassinaram,
quando grandes traficantes de drogas destruíram países, agora eles vão voltar
para esses países porque não vão ficar aqui.
Apesar da declaração, não há
dados públicos disponíveis sobre quantos migrantes nos EUA passaram algum tempo
na prisão, mas há informações sobre quantos têm condenações criminais. Dos 1,5
milhão que cruzaram a fronteira ilegalmente até setembro deste ano — e nas
quais as autoridades conseguiram verificar os bancos de dados —, 15.608 foram
de pessoas com histórico criminal. A condenação mais comum, segundo a rede
britânica BBC, foi por entrada ilegal em outro país (9.545), seguida por
dirigir sob influência de substâncias (2.577) e delitos de posse e tráfico de
drogas (1.414).
Na campanha eleitoral, Trump
também afirmou que “13 mil assassinos condenados” haviam entrado nos EUA
durante o governo de Joe Biden, indicando que eles estariam “circulando
livremente” no país. Segundo análise da equipe Verify, da BBC, ambas as falas
são enganosas. A primeira delas porque a afirmação do republicano foi baseada
em dados que abrangem um período de 40 anos, incluindo todas as administrações
presidenciais desde pelo menos Ronald Reagan (1981-1989). E a segunda, de
acordo com o Departamento de Segurança Interna americano, porque os dados foram
“interpretados incorretamente”. Muitos dos migrantes que Trump alegou
“circularem” pelo país, disse o órgão, estão “sob custódia ou atualmente
encarcerados”.
Apesar de o número de
apreensões de migrantes na fronteira ter aumentado para níveis recordes durante
a administração Biden, os números não alcançam o nível que Trump costuma
afirmar sem apresentar fontes. Desde janeiro de 2021, quando o democrata
assumiu o cargo, houve mais de 10 milhões de apreensões. Sob Trump, foram 2,4
milhões. O número de apreensões, no entanto, não representa a contagem de
indivíduos que permanecem nos Estados Unidos: alguns dos migrantes são
devolvidos a seus países de origem, e a mesma pessoa pode ser registrada
tentando entrar várias vezes. Além disso, também existem casos de pessoas que
cruzaram a fronteira sem serem detectadas. Foto: Doug Mills/The New York Times
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