O motivo principal, embora
houvessem outros de menor importância, foi ter descoberto que o padre havia
feito uma grande campanha de arrecadação para uma suposta cirurgia do coração
nos Estados Unidos, se afastando do Brasil por apenas sete dias, e não fora
operado. “O médico que o atendeu aqui me falou que a cirurgia poderia ser feita
em São Paulo e quando o inquiri sobre isso me respondeu que quando chegou aos
Estados Unidos ficou bom”.
Apesar de ter sido punido
pela arrecadação imprópria, que levou centenas de pessoas aos sinais de
trânsito para pedir ajuda, padre Airton nunca falou publicamente da não
realização da cirurgia e nem do que fez com o dinheiro. Aos mais próximos falou
que investiu na Fundaçao Terra. Ainda hoje muita gente acha que foi operado e
que ainda é muito doente, como costuma relembrar.
Bispos relatam que desde
jovem Padre Airton foi uma pessoa difícil de relacionamento e de cumprimento
das determinações eclesiais. O feito mais antigo teria sido na época em que era
seminarista e deveria se tornar diácono tendo o bispo de Pesqueira, Dom
Severino Mariano, marcada a missa para sua sagração como diácono na igreja
matriz do município de Sertânia. Ele desejava que o evento acontecesse em um
colégio e não na igreja, mas o bispo não aceitou. Como resposta, o então
seminarista ficou do lado de fora da Igreja, recusando-se a aceitar a ordem
episcopal. Depois disso demorou anos para que outro bispo o tornasse diácono e
depois sacerdote. Por isso, quando as denúncias começaram a surgir ninguém da
Igreja se manifestou a favor do padre.
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