A nova faixa de isenção leva
em consideração o reajuste do salário mínimo, dos R$ 1.302 atuais para R$
1.320, também a partir do dia 1º de maio. A alteração será proposta por meio de
Medida Provisória, que precisa do aval do Congresso Nacional para se tornar
lei. A expectativa é que a MP seja editada nos próximos dias.
Em entrevista ao Jornal
Nacional, da TV Globo, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas,
explicou, no entanto, que a faixa de isenção será ampliada de R$ 1.903,98, em
vigor desde 2015, para R$ 2.112. Em um mecanismo para amenizar as perdas de arrecadação,
o cálculo da Receita considera, além da isenção ampliada para R$ 2.112, um
desconto mensal de R$ 528 direto na fonte. Na prática, somando os dois
mecanismos, quem ganha até R$ 2.640 não pagará IR — nem na fonte, nem na
declaração de ajuste anual.
Segundo a Receita, o
contribuinte não precisará fazer nada para garantir a isenção. Até maio, os
sistemas serão atualizados para permitir a concessão automática do desconto de
R$ 528.
Com a proposta, o governo
deixará de arrecadar R$ 3,2 bilhões neste ano, considerando que a medida
entrará em vigor a partir de maio, e R$ 6 bilhões em 2024. Segundo cálculos
prévios do Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco
Nacional), o impacto fiscal seria mais que o dobro sem o mecanismo do desconto,
podendo chegar a R$ 14 bilhões anuais.
De acordo com o Sindifisco,
a correção visa amenizar os efeitos corrosivos da inflação no poder de compra
da população de baixa renda. Também diminui a defasagem acumulada da tabela do
IR, que não era atualizada desde 2015, de 148% para 79,88%.
O presidente Lula afirmou que a ideia do governo é aumentar gradativamente a faixa de isenção, até alcançar R$ 5 mil, uma de suas promessas de campanha. Segundo as projeções do Sindifisco, caso fosse realizada a correção total da tabela, nenhum contribuinte do IRPF cuja renda tributável mensal fosse inferior a R$ 4.683,95 pagaria o imposto, o que implicaria no impacto fiscal de R$ 101,6 bilhões.
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