Ao todo, já foram
solicitados 27 inquéritos para responsabilizar suspeitos de atos de vandalismo
e terrorismo, mas a avaliação é a de que há uma inércia e apatia das
autoridades atuais. No dia da diplomação, 12 de dezembro, bolsonaristas tentaram
invadir o prédio da PF em Brasília, incendiaram coletivos e depredaram prédios
sem serem contidos pela polícia.
Segundo interlocutores, o
governo de transição não recebe nenhum tipo de informação de inteligência do
atual ministro da Justiça ou do diretor-geral da Polícia Federal sobre os casos
recentes.
No sábado (24) um homem
tentou montar um artefato explosivo em um caminhão de combustível, perto do
Aeroporto de Brasília. George Washington de Oliveira Sousa foi identificado e
preso na sequência, mas com ele foram encontrados um arsenal em explosivos,
além de fuzil, espingardas, revólveres e munições.
O preso tinha licença como
Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Apesar disso, estava com o
registro irregular. Setores que cuidam da segurança pública do governo Lula
querem saber por que o Exército não fiscalizou o registro e a compra do volume
de armas. A equipe do presidente eleito afirma que há uma falta de controle dos
militares a respeito do tipo de arsenal apreendido com o criminoso. Inclusive,
o homem estava com a licença irregular, mesmo assim mantinha as armas.
A informação é de que uma
das prioridades do novo governo vai ser enfrentar com rigor o extremismo de
direita que se instala no Brasil. A proposta inclui, ainda, a revisão de leis
sobre segurança pública e terrorismo.
O futuro ministro da Defesa,
José Múcio, está em Brasília para acompanhar e cobrar as autoridades atuais
sobre os episódios. Ele vai conversar com o ministro da Justiça, diretor da PF
e também com o governo do DF sobre a segurança da posse de Lula.
Também haverá uma conversa
sobre o que o Exército deve fazer, como esvaziar os acampamentos ou não; e
também sobre a fiscalização das armas - que é de competência dos militares.
Os ministros do Supremo
Tribunal Federal têm conversado com integrantes do governo do Distrito Federal
e também do novo governo para saber sobre as medidas e omissões após episódios
de violência.
Uma das ideias sugeridas é de que os acampamentos sejam esvaziados imediatamente ou uma ação de busca e apreensão seja realizada nos locais. Sobre esvaziar os acampamentos, os ministros afirmam que se fossem membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por exemplo, eles já teriam sido expulsos de lá por militares há tempos.
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