Trabalhadores de saúde denunciaram ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe-PE), nesta sexta (4), a inclusão de seus nomes em uma lista de médicos petistas. A relação circula nas redes sociais, não tem autoria e pretende fazer com que clientes "boicotem” esses profissionais.
A entidade divulgou uma nota
de repúdio e pedirá providências ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e
para a polícia, na segunda-feira (7). “Isso é insano e absurdo”, declarou o
médico.
Após reunião realizada na
sede da entidade, no Recife, o presidente do Cremepe, Maurício Matos afirmou
que essa lista de médicos petistas “expõe” e "intimida” os profissionais.
O presidente do Cremepe
contou que profissionais começaram a consultar a entidade na segunda (31), um
dia após a vitória de Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL),
no segundo turno das eleições para presidência da República.
Nos dias seguintes, relatou
o presidente do conselho, o número de profissionais foi aumentando, o que levou
a entidade a receber um grupo para discutir o assunto.
'“Esses profissionais
ficaram indignados”, afirmou. Matos disse também que o conselho decidiu se
posicionar sobre o caso, repudiando a divulgação de uma lista apócrifa.
“Não sabemos se quem fez a
lista é um médico ou de onde partiu isso. Caberá à polícia investigar e ao
Ministério Público tomar as providências cabíveis”, afirmou.
O presidente do Cremepe
disse também que o Código de Ética Médica proíbe qualquer discriminação por
raça, cor, religião ou posicionamento político.
A relação de médicos
petistas tem circulado de várias formas. Algumas listas chegam a ter quase 300
nomes. Ao lado, aparecem as especialidades de cada um. São profissionais de
diversas idades e que trabalham nos serviços públicos ou particulares de saúde.
“Quem envia, pede para as
outras pessoas acrescentarem nomes. E tem um tom pejorativo nas mensagens”,
acrescentou o presidente do Cremepe.
O infectologista Bruno
Ishigami disse ter ficado “impressionado” com a divulgação da lista e falou em
tentativa de “intimidação” e "retaliação”.
O médico ressaltou que essa
atitude só reforça a indignação com os fatos registrados na campanha eleitoral
deste ano.
“Tivemos casos de violência e com morte. Não podemos naturalizar isso. Isso é uma atitude fascista. Eles atacam as pessoas para prejudicar a vida profissional delas", declarou.
Veja nota na íntegra
O Cremepe no uso de suas
atribuições, vem a público, reafirmar seu compromisso histórico com a ética,
democracia e defesa dos médicos e da sociedade.
Chegou ao conhecimento desse
egrégio conselho, texto divulgado em redes sociais de lista com nomes de
profissionais e especialidades intitulada "médicos petistas”. Tal lista
tem caráter constrangedor, intimidatório e discriminatório do exercício
profissional aos referidos médicos.
Ressaltamos o descrito no
Código de Ética Médica nos seus princípios fundamentais, que “a medicina é uma
profissão a serviço da coletividade e será exercida sem discriminação de
nenhuma natureza”, bem como o item I do capítulo II, que “É direito do médico
exercer a medicina sem ser discriminado por questões de religião, etnia, cor,
sexo, orientação sexual, nacionalidade, idade, condição social, opinião
política, deficiência ou de qualquer outra natureza”.
O Cremepe repudia veementemente
a referida lista apócrifa nestes meios de comunicação, por entender que se
trata de afronta grave ao livre exercício profissional. Esse tipo de divulgação
compromete a medicina e os médicos pernambucanos, com consequências diretas
deletérias à sociedade.
Todo o material coletado
será enviado por esta autarquia para apreciação do Ministério Público Estadual
e demais autoridades competentes para que a identificação dos responsáveis,
seus autores e disseminadores sejam realizadas e que medidas cabíveis sejam
efetivadas.
Os médicos e médicas
pernambucanos têm demonstrado ao longo de sua história e especialmente durante
o combate à pandemia, dedicação e compromisso aos milhares de pacientes
atendidos nas diversas unidades hospitalares de nosso Estado.
O Cremepe não hesitará em
defender a boa prática médica, o livre exercício profissional, alicerçando suas
condutas sempre pautadas na defesa da ética profissional, entendendo que o
respeito às leis e à democracia são pedras angulares para o Estado brasileiro.
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