"A única coisa que ele
tem que levar em conta é não pensar que o povo é gado. É não pensar que o povo
pode ser tangido para lá ou para cá, o povo tem consciência do que está
acontecendo no país", afirmou Lula neste domingo, durante uma entrevista
coletiva à imprensa.
Após o resultado do primeiro
turno, Zema, reeleito com 56,18% dos votos, declarou apoio à
reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro, candidato pelo
PL. Em Minas Gerais, Lula venceu no primeiro turno com 48,29% dos votos,
ante 43,60% de Bolsonaro.
"O povo pode medir
quaisquer quatro anos meus com quatro anos de Bolsonaro. Belo Horizonte pode
medir quatro anos meus com quaisquer quatro anos de Bolsonaro, que se o governador
souber 10% do que nós fizemos em Minas Gerais, ele terá um problema de remorso
ao não me apoiar", afirmou o ex-presidente. "Agora, ele é livre. Ele
é livre e eu vim aqui tentar convencer o povo mineiro de que a gente pode fazer
mais por Minas Gerais".
Depois da coletiva, Lula
saiu em caminhada da Praça da Liberdade até a Praça Tiradentes, na Região
Centro-Sul da capital mineira.
Durante a entrevista, Lula
também afirmou que a militância não pode aceitar nenhuma provocação. e nem
"entrar em encrenca". "Vão ser dias tensos, seja o cidadão mais
pacífico do planeta Terra", disse ele, que afirmou ainda que acatará o
resultado das urnas.
O ex-presidente disse que
não venceu no primeiro turno, porque "uma parcela da sociedade" não
quis que ele ganhasse e afirmou ser a eleição mais polarizada da histórica do
país. "Os votos estão definidos. Ou seja, quem é cruzeirense não abre mão
de ser cruzeirense e quem é atleticano não abre mão de ser atleticano, nós
temos aí alguns torcedores do América, que nós vamos tentar ganhar, que é o
pessoal da abstenção, que não votou no primeiro turno", disse Lula em uma
metáfora com os times de futebol mineiros.
"Eu tenho pedido para a
militância do PT: não tem mais folga, agora é 24 horas por dia, todo santo dia.
E ainda tem que enfrentar as fake news, desmontar as mentiras contadas",
afirmou Lula sobre o trabalho da campanha nestas semanas até o segundo turno,
que será em 30 de outubro.
Lula também voltou a
criticar a ausência de políticas públicas do atual presidente para os
indígenas, a Amazônia e para a questão climática. "Como eu penso 100%
diferente dele, eu quero dizer que vamos fazer a mais importante política de
preservação ambiental que esse país já viu, já fizemos quando era
governo".
Entre 2004 e 2012, durantes
os governos Lula e início do primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), o
desmatamento da floresta amazônica caiu 83%, após a implementação do Plano de
Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
Durante o governo Bolsonaro, a derrubada da floresta cresceu por três anos
seguidos – o que não acontecia desde o início do milênio. Em 2021, o
desmatamento atingiu a maior área em 15 anos, de acordo com dados do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O candidato petista disse ainda que não se pode "confundir o agronegócio com o desmatador". "O agronegócio tem muita gente produtiva, muita gente séria, muita gente preocupada. Aquele que não quer preservar não é agronegócio, é bandido mesmo", afirmou Lula, num afago a um setor que apoia, majoritariamente, a reeleição do atual presidente.
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